Na semana passada, o cardeal Marc Ouellet entregou as rédeas do cargo de bispo do Vaticano ao bispo Robert Francis Prevost.
Ouellet, 78, lidera o Dicastério para os Bispos – anteriormente chamado de Congregação para os Bispos – desde 2010.
A transição marca o fim de uma longa e variada carreira para Ouellet, cujo tempo como padre, religioso, arcebispo e cardeal o levou do Canadá à Itália, à Colômbia e, finalmente, a quase 13 anos em tempo integral no Vaticano.
Mas o cardeal quebequense não vai desacelerar na aposentadoria. “Não tenho nenhum problema com meu futuro”, brincou ele durante entrevista exclusiva à CNA em fevereiro.
Nos últimos anos, Ouellet liderou o simpósio internacional “Rumo a uma teologia fundamental do sacerdócio”.
O último encontro, co-organizado pelo Centro de Pesquisa e Antropologia das Vocações, foi no Vaticano em fevereiro.
“A Igreja Católica, eu diria, é muito clerical. Está muito fundamentado no ministério ordenado; isso está no centro das atenções: os bispos, o padre”, disse Ouellet. “Mas falta-nos a consciência do sacerdócio dos batizados”.
“Esse era exatamente o propósito deste simpósio”, disse ele, “ver [leigos e sacerdotes] participarem do sacerdócio único de Cristo – o ministério batizado e o ordenado – para ver a relação entre ambos”.
“Esta é, para mim, uma contribuição que deve ser adicionada ao processo de sinodalidade”, acrescentou.
O resultado das conferências foram dois livros que o cardeal espera que sirvam de referência para a formação de sacerdotes, leigos e religiosos.