A Diocese de Charlotte, na Carolina do Norte, está no centro de uma controvérsia litúrgica após o anúncio do Bispo Michael Martin de restringir a celebração da Missa Tradicional em Latim (TLM) a uma única capela em Mooresville. Inicialmente prevista para entrar em vigor em 8 de julho, a medida foi adiada para 2 de outubro devido à significativa reação de fiéis e clérigos locais. A decisão de centralizar a TLM em uma capela específica segue as diretrizes do motu proprio Traditionis Custodes, emitido pelo Papa Francisco em 2021, que busca promover a unidade litúrgica na Igreja. No entanto, muitos fiéis expressaram preocupação com a limitação do acesso à forma tradicional da liturgia, que tem uma comunidade ativa na diocese. Em resposta às preocupações, o Bispo Martin afirmou: “Quero ouvir as preocupações desses paroquianos e seus padres, e estou disposto a dar-lhes mais tempo para absorver essas mudanças.” catholicism.org A nova capela em Mooresville está passando por reformas para acomodar os fiéis da TLM e será consagrada para o culto católico. Enquanto isso, um espaço temporário será utilizado para as celebrações. A diocese também planeja nomear um capelão para atender às necessidades espirituais da comunidade tradicionalista. A situação em Charlotte reflete um debate mais amplo dentro da Igreja sobre a implementação das reformas litúrgicas e o lugar da tradição na vida eclesial contemporânea.
Autor: Orbe Católico
Crianças cobaias?
No dia 28 de setembro de 2023, morreu Yonatan Moshe Erlichman, um menino israelense de oito anos, depois de sofrer uma parada cardíaca e quase se afogar em uma banheira. Em 2020, quando tinha cinco anos, Yonatan participara de um vídeo de um programa do governo para incentivar a vacinação contra Covid-19 em crianças[1]. A vacina usada em Israel é a de RNA mensageiro, da Pfizer, a mesma que agora está sendo usada no Brasil para vacinar crianças de seis meses a cinco anos desde 01/01/2024, segundo Nota Técnica do Ministério da Saúde[2] sobre o Programa Nacional de Imunização (PNI). A família de Yonatan emitiu uma nota comunicando e lamentando a morte da criança, mas sem fazer qualquer correlação entre o trágico desfecho e a vacina da Pfizer. O caso de Yonatan, porém, não é único. Não só em crianças, mas na população como um todo, tem-se presenciado um aumento de mortes súbitas. Em 02/11/2023, o Distrito Federal havia registrado 39 casos de óbitos por mal súbito naquele ano, 175% a mais do que o notificado no ano anterior (2022)[3]. A taxa de mortalidade infantil nos EUA aumentou pela primeira vez em vinte anos. Entre 2021 e 2022, a taxa passou de 5,44 para 5,60 crianças mortas por 1000 nascidas vivas, o que representa um acréscimo de 3 %[4]. Para discutir a obrigatoriedade da vacinação infantil contra Covid-19, a deputada Bia Kicis (PL-DF) organizou duas audiências públicas na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados: uma no dia 08/11/2023 e outra no dia 21/11/2023. Participaram, presencialmente ou “on line”, vários médicos do Brasil e do exterior, todos unânimes em discordar da vacinação compulsória em crianças. Esteve presente também Dr. Eder Gatti, Diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI), defendendo a posição do Ministério da Saúde. As citações a seguir, diretas ou indiretas, referem-se às falas dos médicos naquelas audiências. Não é uma vacina Segundo Dr. Caio Salvino, farmacêutico bioquímico e microbiologista, não é correto chamar de vacina o imunizante da Pfizer. Enquanto as vacinas clássicas contêm vírus mortos ou atenuados que, inoculados no organismo, produzem anticorpos, a “vacina” da Pfizer age de modo bem diferente. Ela contém uma cadeia de RNA mensageiro (RNAm) que, injetado no organismo, comanda a síntese de uma proteína do coronavírus chamada proteína S (“spike”). O corpo humano, portanto, é levado a sintetizar um elemento estranho (a proteína de um vírus!), contra o qual serão produzidos anticorpos. Concordou com ele Dr. Roberto Zeballos, imunologista, que se recusa a chamar de vacina um imunizante feito por engenharia genética. Não é eficaz Segundo Dr. Francisco Cardoso, infectologista, não há até agora nenhum estudo randomizado duplo cego ensaio clínico que comprove que algum desses imunizantes reduzam a transmissão, o adoecimento, o contágio, a hospitalização ou óbito. A vacinação não impede a transmissão entre seres humanos. O próprio vacinado adoece e pode transmitir o vírus para outros. Todos os estudos feitos até hoje de eficiência / eficácia das vacinas contra Covid-19 medem apenas a imunogenicidade, ou seja, a produção de anticorpos neutralizantes. Ora, os anticorpos dizem no máximo que o organismo tem a intenção de matar aquele corpo. O que se deve medir – e não se mediu – é a redução da carga viral (eliminação viral), que é a resposta efetiva. É desnecessária Dr. Chris Flowers, radiologista britânico, líder de 3000 médicos voluntários que analisaram os documentos produzidos pela Pfizer sobre a “vacina”, disse: “Todos nós, médicos, sabemos que o sistema imunológico das crianças é muito mais robusto que o dos adultos. Há um risco muito baixo de doença grave, hospitalização ou morte”. Segundo Dr. Cássio Guimarães, cardiologista, “crianças sadias e adolescentes de 6 meses a 17 anos” constituem um grupo de “baixa prioridade”, segundo a Organização Mundial de Saúde. “A vacinação desse grupo tem um impacto limitado sobre a saúde pública”. É perigosa Dr. Cássio Guimarães relata que vários estudos mostram que não há correlação entre a Covid-19 e a miocardite (inflamação no coração). Ao contrário, várias pesquisas revelam uma correlação entre a vacina anti-Covid-19 e a miocardite, tendo com resultados morte súbita, taquicardia ventricular e disfunção cardíaca. O mesmo médico diz que a proteína “spike” sintetizada pelo organismo que recebeu o RNAm, causa lesão do endotélio (revestimento dos vasos sanguíneos), que pode resultar em trombose e morte súbita. Dr. Francisco Cardoso confirma: há centenas de estudos, ignorados pelo Ministério da Saúde, constatando danos relevantes à saúde das pessoas, em especial nos imunizantes de RNAm: miocardite, trombose, AVC e danos cerebrais. É obsoleta O manual “Estratégia de vacinação contra a Covid-19 – 2024”[5] traz, na página 8, a bula da “Vacina Pfizer pediátrica (RNAm)”. O princípio ativo da vacina é chamado de Cominarty®, um composto de RNA mensageiro (RNAm) de cadeia simples, embebido em nanopartículas lipídicas, com estrutura 5-cap altamente purificado, produzido usando transcrição in vitro sem células a partir dos modelos de DNA correspondentes, codificando a proteína S (spike) do coronavírus 2 vírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) (Original). Dr. Caio Salvino notou que a bula promete proteção apenas contra a versão original do vírus, ou seja, a cepa de Wuhan, de 2020. Ora, depois da cepa original, houve várias outras, geralmente denominadas por letras do alfabeto grego: delta, gama, ômicron… A criança inoculada pelo imunizante da Pfizer produziria anticorpos contra o “spike” do vírus Wuhan, que é uma cepa ancestral. A presença de tais anticorpos não comprova imunidade contra a ômicron em todas as suas subvariantes, sublinhagens e recombinantes. Em outras palavras, o Ministério da Saúde quer obrigar os pais a imunizar suas crianças contra um vírus que não está mais em circulação. Conclusão Terminamos com as palavras de Dr. Chris Flowers: “Vamos proteger nossas crianças. Elas não são ratos de laboratório! Não vamos usar algo que causa mais danos do que benefícios”. Anápolis, 9 de fevereiro de 2024. Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz Vice-presidente do Pró-Vida de Anápolis. [1]https://www.israelnationalnews.com/news/377612 [2] NOTA TÉCNICA Nº 118/2023-CGICI/DPNI/SVSA/MS, de 14/12/2023. https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/nt-1182023-cgic-dpni-svsa-ms.pdf [3] https://www.metropoles.com/distrito-federal/em-2023-mortes-por-mal-subito-aumentaram-mais-de-178-no-df [4] https://www.cdc.gov/nchs/data/vsrr/vsrr033.pdf [5] https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/publicacoes/estrategia-de-vacinacao-contra-a-covid-19-2013-2024
O Congresso reage ao STF
Desde quando, por ordem da Ministra Rosa Weber, o julgamento da ADPF 442 (liberação do aborto até a 12ª semana) foi incluído na sessão virtual de 22 a 29 de setembro de 2023, a população, como um todo, sentiu a crueza do golpe. Em uma única semana, sem que o povo pudesse comparecer fisicamente à sessão, seria julgado, e possivelmente aprovado, por onze Ministros, o atentado à vida dos mais frágeis membros da espécie humana. No dia 22 de setembro, a Ministra apresentou seu voto em favor do aborto. O próximo a votar, Luís Roberto Barroso, grande apologista do direito ao aborto, sem dúvida alguma, acompanharia o voto da relatora. Eis, porém, uma surpresa. Ele pediu que o processo fosse destacado do plenário virtual e recolocado no plenário físico. No dia 27 de setembro, o Congresso reagiu ao STF: o deputado Domingos Sávio (PL/MG) e outros apresentaram uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 50/2023) estabelecendo a competência do Congresso Nacional para derrubar decisões do Supremo Tribunal Federal que extrapolem os limites constitucionais (como é o caso da ADPF 442, se aprovada). No dia 28 de setembro, Rosa Weber abriu a sessão de posse de Luís Roberto Barroso como novo presidente do STF. No dia 30 de setembro ela se aposentou, pois no dia 2 de outubro atingiria a idade limite de 75 anos para integrar a Suprema Corte. No dia 29 de setembro, um dia depois de assumir a presidência, eis uma nova surpresa: Barroso afirmou que o tema da descriminação do aborto talvez ainda não estivesse “maduro” para ser votado[1]. No dia 4 de outubro, nova reação do Congresso, desta vez vinda do Senado. A Comissão de Constituição e Justiça aprovou a PEC 8/2021, que limita as decisões monocráticas e os pedidos de vista dos Ministros do STF. E no mesmo dia o senador Flávio Arns (PSB-PR) e outros apresentaram a PEC 51/2023, que atribui mandato de quinze anos e exigência de idade mínima de cinquenta anos aos Ministros do Supremo Tribunal Federal. No dia 6 de outubro, uma terceira surpresa. Barroso disse não ter planos para retomar o julgamento da ADPF 442[2]. No domingo, 8 de outubro, Dia do Nascituro, houve Caminhadas pela Vida em várias cidades do Brasil, inclusive em Anápolis, com grande participação popular, em protesto à ADPF 442. No dia 10 de outubro, a Câmara reagiu aprovando na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família o parecer do deputado Pastor Eurico (PL-PE) ao Projeto de Lei 580/2007, que altera o Código Civil para proibir explicitamente o casamento e a união estável de pessoas do mesmo sexo. O projeto vai contra a decisão do STF que, em 2011, julgando duas ações (ADPF 132 e ADI 4277), reconheceu a união estável de duplas homossexuais. No dia 14 de outubro, o Senado reagiu à liberação do porte de drogas para consumo próprio pelo STF, no julgamento do Recurso Extraordinário 635659. A reação veio do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que apresentou a PEC 45/2023, que acrescenta o inciso LXXX ao caput do artigo 5º da Constituição Federal, considerando crime “a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes e drogas afins”. Mas a maior reação do Congresso foi a obtenção de 305 assinaturas de deputados pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ) para o requerimento de urgência do PL 578/2007 – o Estatuto do Nascituro – cujo último substitutivo reconhece explicitamente que a criança por nascer é pessoa, em conformidade com o Pacto de São José da Costa Rica. Considerações Quando tudo parecia perdido, o Congresso e o povo reagem, e o presidente do STF Luís Roberto Barroso recua. Lembremos, porém, que o recuo é puramente estratégico e que está em poder dele, a qualquer momento, colocar a ADPF 442 em pauta. Lembremos ainda que as reações do Congresso só terão efeito se os parlamentares sentirem o apoio popular. Em particular, é preciso pedir ao presidente da Câmara deputado Arthur Lira que ponha em pauta a votação do requerimento de urgência do Estatuto do Nascituro. Para isso, é possível usar o canal Disque Câmara [0800 0 619 619]. E lembremos, acima de tudo, que a salvação do Brasil depende de nossas orações e de nossa conversão pessoal. Anápolis, 9 de novembro de 2023. Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz Vice-presidente do Pró-Vida de Anápolis. [1] https://www.cnnbrasil.com.br/politica/barroso-diz-que-debate-sobre-aborto-nao-esta-maduro-e-descarta-crise-com-congresso/ [2] https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2023/10/barroso-diz-que-aborto-precisa-de-mais-debate-e-nao-sera-pautado-no-stf.shtml
Os mais iguais
Por Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz O escritor inglês George Orwell (1903-1950) escreveu “A revolução dos bichos”, uma sátira da Revolução Comunista de 1917. Os animais, oprimidos pelo fazendeiro e sua família, resolvem, liderados pelos porcos, fazer uma revolução, tomar posse da granja, dar-lhe o nome de “Granja dos Bichos” e instaurar um regime chamado “animalismo”. Entre os mandamentos do animalismo, ditados pelos porcos, há um que é fundamental: “Todos os animais são iguais”. No entanto, ao longo do tempo, os porcos passam a adquirir direitos que os demais animais não possuíam. Para justificar tais privilégios, os porcos resolvem, então, alterar o mandamento da igualdade: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros”. * * * Diz a Constituição Federal, no caput de seu artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Seria de se esperar que essa igualdade atingisse também o nascituro (a criança por nascer). Se as pessoas já nascidas têm direito à vida, o nascituro deveria gozar do mesmo direito. Agir de outro modo seria cometer um preconceito de lugar: dentro e fora do útero. No entanto, a Ministra Rosa Weber, em seu voto na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442, proferido em 22.09.2023, diz que a igualdade perante a lei, a que se refere a Constituição, não alcança o bebê no ventre materno. Eis suas palavras: Não há igualdade de posição jurídica subjetiva entre pessoas nascidas e o embrião ou feto (p. 27). A norma inscrita no art. 5º, caput, da CF, não prescreve o feto como uma pessoa constitucional, sujeito titular de direitos fundamentais (p. 27-28). Não há que se falar em direito fundamental à vida do embrião ou feto (p. 29). Se o Código Civil diz que “a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro” (art. 2º, parte final), isso não significa, para a Ministra, que os direitos do nascituro sejam equivalentes aos dos já nascidos. Poderia Rosa Weber, parodiando George Orwell, dizer: “Todos são iguais perante a lei. Mas os nascidos são mais iguais do que os nascituros”. * * * Curiosamente, a Ministra conhece o Pacto de São José da Costa Rica e gasta muitas páginas comentando o seu artigo 4º: Art. 4. n. 1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua vida. Este direito estará protegido pela lei e, em geral, a partir do momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente. A cláusula “em geral” significaria, segundo Weber, uma exceção ao direito à vida “a partir do momento da concepção”. Infelizmente, a Ministra não faz qualquer alusão ao artigo 3º da mesma Convenção: Art. 1, n. 2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano. Art. 3. Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica. Combinando logicamente as duas sentenças, temos a conclusão: Todo ser humano tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica. Portanto, o direito de ser reconhecido como pessoa cabe a todo ser humano, sem distinção de lugar (dentro ou fora do organismo materno) e sem exceções. Trata-se de um direito absoluto. Logo, para a referida Convenção, o nascituro é pessoa[1]. Ora, por definição, pessoa é sujeito de direitos. E entre os direitos, não pode faltar o direito à vida, sem o qual nenhum outro tem consistência. Se o nascituro é reconhecido como pessoa – assim o afirma o Pacto de São José da Costa Rica – como entender a cláusula “em geral”, que aparece no artigo 4º, quando se fala da proteção de seu direito à vida? Não é possível interpretá-la como uma excepcionalização, pois uma pessoa sem direito à vida é um monstro lógico. A única interpretação possível é a de uma generalização, ou seja, como sinônimo de sempre. Isso traz consequências importantíssimas, que a Ministra quisera evitar: Não há aborto legal. A hipótese do artigo 128, inciso II do Código Penal (quando a gravidez resulta de estupro) não é “excludente de ilicitude”, como pretende a Ministra (cf. p. 25), mas simples escusa absolutória, mera não aplicação da pena ao criminoso, sem que o aborto deixe de ser crime. Em nenhuma hipótese o aborto pode ser legal, uma vez que ele é inconciliável com a personalidade do nascituro reconhecida desde a concepção. O pedido da ADPF 442, de que os artigos 124 e 126 do Código Penal sejam reinterpretados de modo a não incluir o aborto praticado nas doze primeiras semanas de vida só pode ter resposta negativa. * * * Ao iniciar seu voto, a Ministra reconhece que o que ela vai decidir é contra a vontade da maioria: “O aborto é contrário à moral majoritária da sociedade” (p. 6). Ela, porém, afirma que a tutela dos direitos fundamentais pela Constituição é “por essência de natureza contramajoritária” (p. 7). E mais ainda: “o conceito de democracia não se fisionomiza, nas sociedades contemporâneas, pela simples prevalência do princípio majoritário” (p. 18). Parece que, segundo ela, o Supremo Tribunal Federal teria o direito de “corrigir” a vontade da maioria, que se opõe ao aborto, a fim de fazer prevalecer a vontade de uma minoria, que pleiteia o direito ao aborto. Faltou dizer quem outorgou à Suprema Corte tamanho poder. No fim de seu voto, Rosa Weber, esquecendo-se de que é juíza, passa a comportar-se como parte. Usa a primeira pessoa do plural (“nós”) como se representasse as “mulheres”, mesmo sabendo que a maioria delas é contrária ao aborto: Nós, mulheres, não tivemos como expressar nossa voz na arena democrática. Fomos silenciadas! (p. 128). O que ela não percebe é que seu voto pretende silenciar a voz do nascituro. Anápolis, 5 de outubro de 2023. Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz Vice-presidente do Pró-Vida de Anápolis. [1] O que torna inaplicável a primeira parte do artigo 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do seu nascimento com vida”. Fonte: https://providaanapolis.org.br/os-mais-iguais/
A rosa e os espinhos
Em 19 de dezembro de 2011, por nomeação da presidente Dilma Roussef, era empossada Rosa Weber como Ministra do Supremo Tribunal Federal. Desde o início, ela integrou a Primeira Turma da Suprema Corte. ADPF 54 – aborto de anencéfalos A primeira manifestação de Rosa em favor do aborto se deu nos dias 11 e 12 de abril de 2012, no julgamento do mérito da ADPF 54. Ela votou a favor da “antecipação terapêutica de parto” – para não falar “aborto” – de crianças anencéfalas (com deficiência na massa cerebral). Foi o primeiro caso bem sucedido de ativismo judicial pró-aborto naquela Corte. HC 124.306-RJ – em favor de uma quadrilha de aborteiros A segunda manifestação de Rosa em favor do aborto ocorreu em 29 de novembro de 2016, e foi muito mais contundente. |A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julgava um habeas corpus (HC 124.306-RJ) impetrado contra a prisão preventiva de uma quadrilha que praticava abortos em uma clínica em Duque de Caxias – RJ. O Ministro Luís Roberto Barroso, aproveitando-se da ocasião, fez em seu voto-vista um tratado de “direitos humanos” e concluiu que os réus deveriam ser soltos não apenas por razões processuais, mas por haver “dúvida fundada sobre a própria existência do crime” (sic). Segundo ele, os artigos 124 e 126 do Código Penal (que incriminam o aborto), deveriam ser interpretados “conforme a Constituição” (sic), a fim de excluir o aborto praticado nos três primeiros meses de gestação. Mas a Constituição não protege o nascituro? Sem dúvida protege, admite Barroso. Mas protege do mesmo modo como protege a fauna, a flora e os monumentos históricos, ou seja, de maneira objetiva, como um bem a ser preservado, não como uma pessoa sujeito de direitos. Segundo o (des)entendimento do ministro, o nascituro não goza de proteção subjetiva da qual gozamos nós, pessoas, mas de uma proteção puramente objetiva. E mesmo essa proteção objetiva não é completa, mas varia ao longo da gestação. A proteção é maior quando a gestação está avançada e o “feto” (assim ele chama o nascituro) adquire “viabilidade extrauterina”. No início da gestação, porém, a proteção é ínfima. Tão pequena que Barroso considera um absurdo obrigar a gestante a não matar um bebê de poucas semanas (!). A proibição do aborto no primeiro trimestre feriria o direito da mulher à sua “autonomia”, à sua “integridade física e psíquica”, os seus direitos “sexuais e reprodutivos” e a sua igualdade com o homem (igualdade de “gênero”). O lamentável voto de Luís Barroso foi acompanhado por Edson Fachin e por Rosa Weber. Marco Aurélio e Luiz Fux também votaram pela soltura dos acusados, mas não se pronunciaram sobre a não existência do crime de aborto. Ou seja, a Primeira Turma do STF decidiu, por maioria, incluindo a ministra Rosa, que não há crime se o aborto é praticado até o terceiro mês de gestação! No entanto, essa era uma declaração puramente incidental de inconstitucionalidade, e valia apenas para os acusados. Faltava estender essa declaração para todos os praticantes de aborto no primeiro trimestre e dar a ela um efeito vinculante. ADPF 442 – aborto livre até 12 semanas No dia internacional da mulher (8 de março de 2017), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) propôs diante da Suprema Corte a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF 442). Os argumentos são os mesmíssimos já usados pelo ministro Barroso, e o pedido refere-se exatamente aos artigos do Código Penal por ele citados (arts. 124 e 126). Pede-se que seja declarada a “não recepção parcial” de tais artigos pela Constituição de 1988, “para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção da gestação induzida e voluntária realizada nas primeiras 12 semanas”. Adivinhe quem foi sorteada como relatora da ADPF 442: a ministra Rosa Weber, a mesma que já havia acompanhado o voto-vista de Barroso no habeas corpus julgado em 29 de novembro de 2016. Pode-se assim prever que o voto da relatora será pela procedência do pedido. Audiência pública em 2018 – atuação da CNBB Na qualidade de relatora, a Ministra convocou uma Audiência Pública sobre a ADPF 442 em agosto de 2018. Foi digna de louvor a atuação de Dom Ricardo Hoerpers e Pe. José Eduardo de Oliveira, que, em 06.08.2018, representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, desmascararam o real interesse político da ação e demonstraram a inconsistência dos argumentos pró-aborto. Na presidência do STF Desde 12 de setembro de 2022, Rosa Weber tornou-se presidente do Supremo Tribunal Federal, sem com isso deixar a relatoria da ADPF 442. Como presidente do Tribunal e relatora da ação, a Ministra dispõe de amplo poder para decidir a hora mais favorável de pôr em pauta a questão da vida e da morte do nascituro. Eleição eletrônica de Lula Com a ascensão à presidência do ex-presidiário Lula, eleito por máquinas DRE, que não respeitam o princípio da independência do software, a causa abortista ganhou novo vigor. Em 18 de janeiro de 2023, a CNBB emitiu uma nota de reprovação ao novo governo por suas atitudes pró-aborto[1]. A aposentadoria próxima de Rosa Weber Em 3 de junho deste ano, o jornal O Globo[2] anunciou que antes de aposentar-se compulsoriamente em outubro, quando completará 75 anos de nascida, a Ministra pretende pautar a ADPF 442, deixando atrás de si não o perfume encantador da rosa, mas a dor dos espinhos que rasgam a pele e fazem jorrar sangue. Uma nova intervenção da CNBB? No momento atual, seria mais do que oportuno que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitisse outra nota contundente de repúdio ao uso da Suprema Corte como “atalho fácil” (expressão de Ellen Gracie) para se obter a legalização do aborto no Brasil, ignorando totalmente os parlamentares eleitos pelo povo. Os EUA já passaram por esse pesadelo Em 1973, os Estados Unidos, por força da vergonhosa sentença Roe versus Wade, foram obrigados a engolir por 49 anos uma interpretação da Suprema Corte segundo a qual haveria um “direito constitucional ao aborto”. Somente em 2022, com a sentença Dobbs, tal
P. Markus Christoph: “O amor pode ser pecado? A resposta simples é sim.”
P. Markus Christoph, dos Servos de Jesus e Maria (SJM), manifestou-se contra os promotores do #LoveIsNoSin (O amor não é pecado), que querem que a Igreja abençoe as uniões homossexuais. O padre apontou que o amor certamente pode ser pecado. P. Christoph responde à pergunta: “pode o amor ser pecado? A resposta simples é: Sim. O amor pode ser um pecado. Davi amava Bate-Seba, mulher de Urias. Muito. Tanto que ela acabou com seu casamento, traiu seu marido Urias, embebedou-o e o mandou para a morte (2 Sm 11). Por amor. O amor é uma força incrivelmente poderosa. Por amor somos capazes de quase tudo. Há uma bênção e uma maldição nisso. Por amor a vida é dada, por amor a vida é destruída. Não há dúvida: “O amor pode ser pecado”. O padre lembra, em artigo no Die Tagespot , que o amor de Davi era pecado, entre outros motivos, porque causava danos ao marido de Bate-Seba. Mas não só por isso. Um ato pecaminoso é pecaminoso mesmo que não pareça causar dano a outros. Pe. Christoph adverte que “pode haver devoção e amor em relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo e em casais recasados. Mas seu encontro corporal-sexual nunca será um reflexo do amor incondicional, fiel e fecundo de Deus. Nunca”. E acrescenta: “O ato sexual de casais não casados não revela devoção incondicional, o amor de Deus sim. O ato sexual em um novo casamento não é uma expressão de fidelidade duradoura, o amor de Deus é. O ato sexual de casais do mesmo sexo não é projetado para fertilidade, o amor de Deus é. Somente no casamento heterossexual, vivido em compromisso incondicional, fidelidade e abertura à fertilidade (filhos), o ato sexual pode ser entendido como uma verdadeira expressão do arquétipo divino». O sacerdote recorda que “Deus criou a atribuição complementar dos sexos como sinal visível do seu amor. Portanto, a Igreja não pode abençoar formas de relacionamento que obscurecem a essência do amor divino – sua incondicionalidade, fidelidade e fecundidade – em um ponto ou outro. E conclui dizendo que «ninguém duvidará que elementos positivos também são possíveis nessas relações. Segundo Tomás de Aquino, há aspectos positivos em toda ação humana. Mas nem toda ação é capaz de tornar visível seu sentido de criação e, consequentemente, nem toda ação é digna de bênção. Fonte: https://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=46458
Jovem líder gay da juventude leiga alemã heterodoxa renuncia à Igreja
Lukas Färber, membro da Assembleia Sinodal do Caminho Sinodal até sua conclusão em março, renunciou à Igreja Católica na terça-feira. Färber fez o anúncio em suas redes sociais. Entre outras coisas, ele citou como razão que o projeto de reforma havia sido para ele “acima de tudo uma experiência de desamparo, apesar de todas as experiências encorajadoras e alianças que pudemos forjar”. Färber garantiu que estava cada vez mais consciente de que a Igreja oficial dificilmente poderia ser reformada: “Eu me perguntei repetidamente se pertencer a esta igreja oficial ainda era compatível com minha concepção moral cristã” Participei do #OutInChurch O apóstata explica que lutou por reformas na Igreja “com muitos outros católicos maravilhosos e inspiradores no Caminho Sinodal e nas associações”. “Estávamos unidos pelo objetivo irreal de desmantelar as causas sistêmicas da violência sexualizada. No final, poucos bons textos, muitos ‘compromissos’ suaves – ou melhor: capitulações? – e acima de tudo: sem compromisso. Como motivo adicional para deixar a Igreja, ele citou experiências pessoais e indiretas de discriminação que o distanciaram cada vez mais da Igreja oficial: “em conversas com bispos e outros clérigos, por meio de comentários e cartas de católicos de direita”. Ao mesmo tempo, ele estava bem ciente de que, como um “homem cis, gay e branco”, ainda pertencia a um grupo relativamente privilegiado dentro “deste sistema de discriminação múltipla”. Senti respeito por todos aqueles que sofreram ainda mais e continuaram na Igreja. Färber pertencia ao grupo de participantes com menos de 30 anos na assembléia sinodal, ele havia sido nomeado para cooperar no processo de reforma pelo Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK). No ano passado, Färber também participou da campanha #OutInChurch. Cerca de 125 funcionários e membros da igreja se declararam “queer”, ou seja, homossexuais ou transgêneros, e também se manifestaram a favor de reformas na igreja. A demissão tem consequências trabalhistas? Em sua postagem no Facebook na terça-feira, Färber afirmou que queria continuar participando da igreja como cristão, apesar de sua apostasia: “Sou e continuo sendo batizado. Eu sou e continuo cristão. Eu sou e ainda sou um jovem trabalhador. Eu sou e continuarei a ser um sonhador e embaixador de uma igreja e um mundo justos”. Ele também enfatizou que continuará a trabalhar “cheio de convicção” em tempo integral para a Federação da Juventude Católica Alemã (BDKJ) na Diocese de Münster. Färber trabalha na associação diocesana como consultor para a campanha de 72 horas da organização juvenil planejada para o próximo ano. Não está claro se sua saída da Igreja pode ter consequências sob a lei trabalhista. Questionada por katholisch.de, a associação diocesana de Münster BDKJ se recusou a comentar na terça-feira. O presidente da associação, Felix Elbers , disse posteriormente ao portal kirche-und-leben.de que Färber “é e continuará sendo” o responsável pelo projeto de campanha de 72 horas. Os bispos alemães liberalizaram a lei trabalhista da Igreja no ano passado. Desde então, o estilo de vida pessoal dos funcionários não desempenha mais nenhum papel. Além disso, deixar a Igreja Católica desde então não implica mais categoricamente a demissão, embora o faça “como regra geral”. Só pode ser dispensada “excepcionalmente se razões sérias do caso individual a fizerem parecer inadequada”. A questão de quando esses casos individuais ocorrem ainda não foi esclarecida pelos tribunais. Fonte: https://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=46459
O Papa inclui os mártires coptas da Líbia no Martirológio Romano
O Papa anunciou hoje que, com o consentimento de Tawadros II, 21 mártires coptas assassinados na Líbia em 2015 serão incluídos no Martirológio Romano como sinal da comunhão espiritual que une ambas as Igrejas. Repetindo a aclamação pascal “Este é o dia que o Senhor fez: regozijemo-nos e nele exultemos!” Há cinquenta anos, o Papa São Paulo VI recebeu, na Basílica de São Pedro, o Papa Shenouda III . E com a mesma aclamação, o Papa Francisco acolheu cordialmente, nesta quinta-feira, 11 de maio, seu “amado irmão e querido amigo” Tawadros II, Papa de Alexandria e Patriarca da Sé de São Marcos. Bergoglio agradeceu sinceramente por aceitar o convite para comemorar juntos o 50º aniversário desse evento histórico, bem como o 10º aniversário de seu primeiro encontro em 2013. Francisco e Tawadros II tiveram um colóquio privado, então o Papa de Alexandria apresentou sua delegação, discursos foram feitos, presentes foram trocados. Na Capela Redemptoris Mater fizeram uma oração comum. “ No caminho ecumênico, é importante olhar sempre para frente ”, expressou o Sucessor de Pedro, que, dirigindo-se ao Chefe da Igreja Copta Ortodoxa e à comitiva que o acompanha, acrescentou: «Cultivando no coração uma sã impaciência e um ardente desejo de unidade, devemos, como o apóstolo Paulo, inclinar-nos para o futuro (cf. Fl 3,13) e perguntar-nos continuamente: Quanta est nobis via ? . – Até onde ainda temos que ir? ». Olhe, lembre-se, agradeça, implore O Pontífice destacou a necessidade de recordar, «sobretudo nos momentos de desânimo, alegrar-nos com o caminho já percorrido e aproveitar o fervor dos pioneiros que nos precederam». Francisco convidou a olhar para a frente e recordar. “Mas, sem dúvida, frisou, é ainda mais necessário olhar para cima, agradecer ao Senhor pelos passos que demos e pedir-lhe que nos conceda o tão esperado dom da unidade ”. “Dar graças e suplicar” é, segundo Francisco, o objetivo de sua comemoração hoje. «O encontro dos nossos predecessores, ocorrido em Roma de 9 a 13 de maio de 1973, marcou um marco histórico nas relações entre a Sé de São Pedro e a Sé de São Marcos», afirmou. “Foi o primeiro encontro entre um Papa da Igreja Ortodoxa Copta e um Bispo de Roma”, recordou. O Pontífice argentino acrescentou: “Também marcou o fim de uma disputa teológica que remonta ao Concílio de Calcedônia, graças à assinatura, em 10 de maio de 1973, de uma memorável declaração cristológica conjunta , que depois serviu de inspiração para acordos semelhantes . ” com outras Igrejas Ortodoxas Orientais. Comissão Mista Internacional O Sucessor de Pedro enfatizou que “o encontro levou à criação da Comissão Mista Internacional entre a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa, que em 1979 adotou os Princípios pioneiros para orientar a busca da unidade entre a Igreja Católica e a Igreja Copta. ” Ortodoxa, assinada pelo Papa São João Paulo II e pelo Papa Shenouda III, na qual se afirmava com palavras proféticas que ‘a unidade que prevemos não significa a absorção de um pelo outro nem a dominação de um sobre o outro’ . Está ao serviço de cada um ajudá-lo a viver melhor os dons específicos que recebeu do Espírito de Deus’”. A verdade é que não se explica como tais afirmações podem ser conciliadas com o necessário reconhecimento do primado jurisdicional, e não meramente honorífico, do Bispo de Roma sobre toda a Igreja de Cristo, que faz parte do dogma católico da fé. Este grupo abriu o caminho para o nascimento de um “frutífero diálogo teológico entre a Igreja Católica e toda a família das Igrejas Ortodoxas Orientais, que teve seu primeiro encontro em 2004 no Cairo, hospedado por Sua Santidade Shenouda”. Francisco agradeceu à Igreja Copta Ortodoxa pelo seu empenho no diálogo teológico e agradeceu a Tawadros II “pela atenção fraterna que continua a dar à Igreja Copta Católica, uma proximidade que encontrou louvável expressão na criação do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs de Egito.” ». E quando se fala de amizade, o Papa recorda o famoso ícone copta do século VIII, que representa o Senhor com a mão apoiada no ombro de seu amigo, o santo monge Mena do Egito. Às vezes é chamado de “ícone da amizade” porque o Senhor parece querer acompanhar seu amigo e caminhar com ele. «Do mesmo modo, os vínculos de amizade entre as nossas Igrejas radicam na amizade do próprio Jesus Cristo com todos os seus discípulos, a quem chama de amigos (cf. Jo 15, 15), e que acompanha no seu caminho, como fez com os peregrinos de Emaús». ” Neste caminho de amizade “, disse o Papa, “nos acompanham também os mártires , que testemunham que ninguém tem maior amor do que dar a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13). Semente de unidade para todos os seguidores de Cristo O Santo Padre não tem palavras para expressar sua gratidão pelo precioso dom de uma relíquia dos mártires coptas assassinados na Líbia em 15 de fevereiro de 2015. « Estes mártires foram batizados não só na água e no Espírito, mas também no sangue , um sangue que é uma semente de unidade para todos os seguidores de Cristo». O Papa tem o prazer de anunciar hoje que, “com o consentimento de Sua Santidade, estes 21 mártires serão incluídos no Martirológio Romano como sinal da comunhão espiritual que une as nossas duas Igrejas”. Francisco desejou “que as orações dos mártires coptas, junto com as da Theotokos, continuem a fazer crescer a amizade entre nossas Igrejas, até o dia abençoado em que possamos celebrar juntos no mesmo altar e comungar com o mesmo Corpo e Sangue do Salvador», «para que o mundo creia»» (Jo 17, 21). Fonte: https://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=46415
Tawadros II se torna o primeiro líder religioso não católico a falar aos fiéis em São Pedro
O Papa Francisco foi acompanhado ontem, em sua audiência geral semanal, pelo Patriarca Tawadros II, líder da Igreja Ortodoxa Copta, para uma especial saudação conjunta aos fiéis. Os dois se cumprimentaram e Tawadros se dirigiu à multidão reunida na Praça de São Pedro, a primeira vez que o fez como chefe de outra Igreja. Ontem, quarta-feira, 10 de maio – dia da amizade entre coptas e católicos – e hoje, quinta-feira, 11, Tawadros II comemorará com Francisco os 50 anos do histórico encontro entre seus predecessores, São Paulo VI e o Papa copta Shenouda II, que ocorreu em maio de 1973. Foi o primeiro encontro entre um Bispo de Roma e um Patriarca Copta Ortodoxo, culminando com a assinatura de uma memorável declaração cristológica conjunta em 10 de maio de 1973. A audiência geral começou com um discurso do Patriarca copta, que agradeceu ao Papa Francisco “tudo o que fez, durante este tempo de serviço, ao mundo inteiro em todos os campos”, acrescentando: “Rezo para que Cristo o conserve em plena saúde e conceda-lhe a bênção de uma vida longa. “Agora olho para este lugar e volto com a minha memória a dez anos atrás, nesta mesma data, e lembro-me do seu querido carinho em me receber juntamente com a delegação da Igreja Copta durante a minha primeira visita, e como passamos um tempo santo junto com você. , cheio do amor fraterno com o qual você nos banhou”, lembrou Tawadros II. “Escolhemos o amor, mesmo se formos contra a corrente no que diz respeito ao mundo ganancioso e egoísta; Aceitámos o desafio do amor que Cristo nos pede, e seremos verdadeiros cristãos e o mundo será mais humano, porque o mundo inteiro saberá que Deus é amor e que este é o seu nome supremo”, sublinhou o patriarca durante O seu discurso. Após o discurso de Tawadros II, Francisco recordou sua primeira visita há dez anos: “Ele veio me ver pela primeira vez em 10 de maio, dez anos atrás, alguns meses depois de sua eleição e da minha, e propôs que eu comemorasse todo dia 10 de maio. “Dia da Amizade Copta-Católica, que celebramos todos os anos desde então.” O Papa pediu para rezar “para que a luz do Espírito Santo ilumine” a visita de Tawadros II a Roma, “os encontros importantes que ele realizará aqui e, em particular, nossas conversas pessoais”. Francisco também lembrou os 21 coptas mortos por militantes do Estado Islâmico em 15 de fevereiro de 2015 em uma praia na Líbia, onde estavam a trabalho. “Os mártires da Igreja copta são nossos”, enfatizou. “Agradeço-vos sinceramente pelo vosso empenho na crescente amizade entre a Igreja Ortodoxa Copta e a Igreja Católica. Santidade, queridos Bispos e amigos, juntamente convosco imploro a Deus Todo-Poderoso, por intercessão dos santos e mártires da Igreja copta, que nos ajude a crescer na comunhão, num único e santo vínculo de fé, esperança e amor cristãos. “, expressou o pontífice. O Santo Padre também pediu a todos os fiéis presentes “que rezem a Deus para que abençoe a visita do Papa Tawadros a Roma e proteja toda a Igreja Ortodoxa Copta. Que esta visita nos aproxime do dia abençoado em que seremos um em Cristo.” Fonte: https://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=46405
Líderes siro-malabares discutirão paz duradoura para ‘guerra litúrgica’ no Vaticano
Espera-se que líderes católicos indianos e funcionários do Vaticano discutam a crise litúrgica da Igreja siro-malabar em Roma esta semana. A reunião foi anunciada em 1º de maio pelo cardeal George Alencherry, chefe da Igreja Católica Oriental autônoma com sede no sul da Índia. Em uma carta aos católicos siro-malabares, Alencherry disse que os membros do Sínodo Permanente da Igreja manterão discussões no dia 4 de maio com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, o arcebispo Claudio Gugerotti. Alencherry explicou que sua delegação abordaria a situação na Arquiparquia de Ernakulam-Angamaly “com vistas a encontrar uma solução duradoura para o atual impasse”. “Peço-lhes que rezem sinceramente pelo sucesso do encontro, para que juntos possamos dar passos eficazes para encontrar uma solução duradoura para a situação problemática na Arquiparquia de Ernakulam-Angamaly”, escreveu o cardeal de 78 anos. , que é o Arcebispo Maior de Ernakulam-Angamaly, mas não é responsável pelo funcionamento diário da arquiparquia. O cardeal disse que o acompanhariam a Roma o arcebispo Mathew Moolakkatt, o arcebispo Andrews Thazhath, o arcebispo Joseph Perumthott A arquiparquia de Ernakulam-Angamaly – a maior e mais proeminente sede da Igreja Siro-Malabar – é o principal ponto crítico em uma “guerra litúrgica” de décadas marcada por brigas de rua, greves de fome e a queima de efígies de cardeais. A controvérsia tomou um novo rumo pouco antes do Natal, quando grupos rivais se enfrentaram dentro da catedral da arquieparquia. Na confusão, o altar foi arrastado pelo santuário pelos manifestantes, derrubando vasos sagrados no chão. A Basílica da Catedral de Santa Maria em Ernakulam foi liberada pela polícia e fechada, forçando os paroquianos a celebrar o Natal em outro lugar. O contínuo fechamento da catedral, conhecida como a igreja mãe dos católicos siro-malabares, está sendo questionado nos tribunais da Índia. Divisões sobre uma liturgia unificada A disputa litúrgica está enraizada na dupla identidade da Igreja Siro-Malabar como uma Igreja Católica Oriental com uma antiga liturgia de rito siríaco oriental e um corpo que experimentou séculos de latinização e tem fortes laços com Roma. No século 20, surgiu um movimento buscando estabelecer um modo único e unificado de celebrar a liturgia eucarística, conhecido como o Santo Qurbana. Depois de décadas de debate, a maioria dos bispos endossou uma fórmula conhecida como “modo uniforme”, em que o padre fica de frente para o povo durante a Liturgia da Palavra, se volta para o altar para a Liturgia da Eucaristia e depois fica de frente para o povo novamente depois da comunhão. Os advogados apresentaram o novo modo – também conhecido como “fórmula 50:50” – como um compromisso entre a antiga tradição da Igreja, na qual o padre era posicionado ad orientem (em direção ao leste), e a prática pós-Vaticano II em que o padre enfrentou o povo durante toda a liturgia. A maioria dos cerca de 4 milhões de membros da Igreja aceitou a mudança. Depois que o Sínodo dos Bispos – órgão supremo da Igreja – apelou em agosto de 2021 pela adoção universal do modo uniforme, 34 das 35 dioceses atenderam ao pedido, com oposição esporádica. Mas na arquiparquia de Ernakulam-Angamaly, a grande maioria dos padres e leigos rejeitou o modo uniforme, exigindo que sua preferência pelo Sagrado Qurbana voltado para o povo fosse reconhecida como uma variante litúrgica legítima. Eles observaram que a variante tem sido usada na arquidiocese por mais de 50 anos e argumentaram que ela incorporava as prioridades litúrgicas do Vaticano II mais fielmente do que o modo uniforme. Sua resistência, envolvendo protestos de rua e comícios em massa, frustrou as tentativas de introduzir a mudança, apesar de um apelo direto do Papa Francisco para adotar o modo uniforme. Conflitos na catedral As tensões aumentaram na arquiparquia em julho de 2022, quando o arcebispo Andrews Thazhath foi nomeado administrador apostólico. Ele sucedeu o respeitado vigário arquiepiscopal de Ernakulam-Angamaly, o arcebispo Antony Kariyil , que alegou ter sido forçado a renunciar depois de dispensar os padres da arquieparquia de adotar o novo modo. Em uma carta circular em setembro de 2022, Thazhath apelou às paróquias para que adotassem a liturgia uniforme o mais rápido possível. Os manifestantes responderam queimando publicamente cópias da carta e cerca de 250 padres declararam o arcebispo “inapto” para governar a arquiparquia. No primeiro domingo do Advento, o início de um novo ano litúrgico, Thazhath tentou entrar na catedral de Ernakulam para celebrar a liturgia de acordo com a fórmula 50:50. Mas os manifestantes o bloquearam nos portões da catedral. Thazhath, que foi eleito presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Índia ( CBCI ) em novembro passado, recebeu proteção policial , alegando que tinha motivos para temer por sua vida. Após novos confrontos na catedral pouco antes do Natal, Thazhath anunciou a criação de uma comissão para investigar os distúrbios. Entende-se que um relatório foi enviado ao Vaticano, que dizem estar levando os incidentes da catedral muito a sério. As cenas na catedral prejudicaram um esforço de reconciliação liderado por três bispos – o arcebispo Mathew Moolakkatt, o arcebispo Joseph Pamplany e o bispo José Chittooparambil – que foram solicitados pelo sínodo permanente da Igreja a manter discussões com o clero e representantes leigos na arquieparquia. Thazhath continuou a encontrar resistência em 2023. Sua posição de que a catedral pode reabrir assim que seu clero estiver disposto a celebrar a liturgia uniforme irritou os moradores locais, que insistem que os padres devem ser livres para celebrar o Sagrado Qurbana voltado para o povo. Rumores de separação Não está claro se os membros do sínodo permanente trarão uma proposta específica para resolver a crise na reunião do Vaticano de quinta-feira. Rumores locais afirmam que existe um plano para dividir a arquidiocese . Uma versão sugere que parte da arquiparquia poderia ser quebrada para criar uma pequena diocese para o Arcebispo Maior, Cardeal Alencherry, alterando significativamente o status da arquiparquia dentro da Igreja Siro-Malabar. Tal movimento seria extremamente controverso, pois levantaria questões sobre propriedade em uma arquieparquia onde a venda de terras da igreja levou à perda de supostos US$ 10 milhões e processos nos tribunais civis da Índia. A carta de Alencherry de 1º de maio mencionou duas vezes o objetivo de encontrar uma “solução duradoura” para a crise. Mas é difícil ver como uma resolução pode ser encontrada enquanto ambos os