O recentemente eleito primeiro-ministro Donald Tusk afirmou que o seu grupo político de centro-esquerda, a Coligação Cívica, apresentará um projeto de lei que permitirá abortos durante os primeiros doze meses de gestação. Ele faz parte de uma mudança governamental no país que se afasta da liderança conservadora e se aproxima de uma posição pró-União Europeia. A fala foi durante entrevista na sexta-feira passada. Atualmente, a legislação polonesa Polônia torna o aborto ilegal, exceto em casos de violação, incesto ou para salvar a vida da mãe. Os pró-vida salientam que os fetos não são culpados pelas circunstâncias da sua concepção e que a morte deliberada de um bebê é moralmente injustificável e nunca é necessária do ponto de vista médico. Intervenções médicas para lidar com abortos espontâneos ou gravidez ectópica não são abortos. A agenda pró-aborto pode não ter sucesso. Os motivos incluem a oposição da coligação política “Terceira Via”, que defendeu o regresso à proibição de abortos eletivos na Polônia e tem o apoio do substancial bloco eleitoral católico rural do país. A liderança do presidente católico pró-vida, com poder de veto sobre qualquer legislação pró-aborto, e uma alteração na constituição nacional poderia colocar as leis pró-aborto em risco de serem inconstitucionais. O primeiro-ministro sugeriu que a oposição legislativa pode não ser um impedimento para promover uma expansão da política de aborto. Nas suas observações na sexta-feira, ele reconheceu que o projeto de lei do seu partido para criar um “direito” limitado ao aborto pode não obter o apoio necessário dos legisladores conservadores. Porém, ele sugeriu maneiras de avançar a mudança mesmo sem o apoio da maioria. Conforme sua fala, “se a lei não for possível porque não obtivemos a maioria dos votos, procuraremos formas de implementar regulamentos, decisões administrativas, persuasão e certas políticas conduzidas pelo ministério da saúde” para permitir o aborto. A Polônia não seria o primeiro país tradicionalmente católico a remover proteções para os nascituros. O país destaca-se por reverter suas leis sobre o aborto e criado proteções para os nascituros, encontrando companhia em países como os EUA e El Salvador, apesar da tendência global para a liberalização das leis sobre o aborto. Informações com o Notes From Poland.
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Recém-nascida e Mártir
O Dicastério para as Causas dos Santos emitiu um comunicado em que explica que a filha mais nova de Wittoria Ulma, nascido durante o martírio da família, também será considerada mártir. A criança era o sétimo filho do casal. A beatificação ocorrerá no próximo dia 10 de setembro em Markowa, Polônia. O comunicado do Dicastério pode ser visto aqui, em italiano. Abaixo, uma tradução: Referindo-se às notícias que circularam recentemente na imprensa sobre o martírio da família Ulma, cujo rito de beatificação será celebrado no domingo, 10 de setembro de 2023, em Markowa, Polônia, este Dicastério para as Causas dos Santos esclarece o seguinte: 1. No momento do massacre, a Sra. Wittoria Ulma estava grávida do seu sétimo filho. 2. Este filho nasceu no momento do martírio da sua mãe. 3. Isto, portanto, foi acrescentado ao número de filhos, eles também mártires. Na verdade, no martírio dos seus pais ele recebeu o batismo de sangue. O Papa Francisco promulgou em dezembro do ano passado o decreto que reconhece o martírio de Józef, Wiktoria e dos seus respetivos seis filhos, mais o sétimo que estava no ventre da sua mãe. A família foi massacrada pelos nazistas na cidade de Markowa por esconder oito judeus. Os sete filhos do casal de agricultores eram: Teresa (12 anos), Antoni (10 anos), Władysław (8 anos), Franciszek (6 anos), Anna (4 anos), Maria (2 anos) e a pequena Wiktoria, além da criança que cresceu no ventre da mãe. Em 1944, os Goldmann-Gruenfelds, uma família judia de oito pessoas, conseguiram escapar do campo de concentração de Auschwitz e procuraram refúgio na fazenda da família Ulma. Józef e Wiktoria Ulma acolheram-nos. Em 24 de março de 1944, os nazistas chegaram a Markowa em busca de judeus, guiados por uma denúncia. Eles descobriram a presença dos Goldmann-Gruenfeld escondidos no telhado e os mataram a tiros. Josef e Wiktoria Ulma foram então levados de casa e mortos na frente dos filhos. Logo depois, os soldados também mataram todos os filhos dos Ulma. Poucos dias depois, os familiares da família Ulma, assumindo um grande risco, tomaram a decisão de exumar os cadáveres para lhes dar um sepultamento cristão. Foi nessa ocasião que se descobriu que o feto havia emergido parcialmente do ventre da mãe. O bebê nasceu da mãe durante a morte e não sobreviveu. O caso de Wiktoria é comparável ao da execução dos Santos Inocentes, causada pelo rei Herodes.
Novas ordenações de padres diocesanos na Polônia caíram pela metade em dez anos
O número de novos sacerdotes na Polônia voltou a diminuir. Segundo um relatório publicado na segunda-feira pela Agência Católica de Notícias KAI, 198 homens foram ordenados sacerdotes diocesanos este ano. São 19 a menos que no ano passado. Em 2013, foram 401, mais que o dobro deste ano. A pesquisa é baseada em um estudo realizado pela agência entre dioceses e arquidioceses. A Arquidiocese de Varsóvia registra o maior número de novos padres, 14. Na Arquidiocese de Wrocław e na Diocese de Tarnów foram ordenados dez cada, enquanto na Arquidiocese de Przemyśl foram nove e nas Arquidioceses de Poznań e Katowice, bem como na diocese de Opole, foram ordenados oito sacerdotes. Na maioria das outras dioceses, o número de ordenações variou de duas a sete. Um sacerdote foi ordenado na arquidiocese de Łódź e Gniezno, bem como nas dioceses de Bydgoszcz e Drohiczyn. Mais uma vez, há uma diocese em que não houve ordenações sacerdotais: depois da arquidiocese de Ermland no ano passado, desta vez é a diocese de Lowicz. Em muitas ordens religiosas não houve ordenações O número de novos sacerdotes ordenados em ordens religiosas é de 86. Também aqui, segundo a KAI, se observa uma diminuição significativa em relação aos anos anteriores, embora a agência não forneça os dados anteriores. Em um total de 36 congregações religiosas, nenhuma ordenação ocorreu este ano. Informações com InfoCatólica.
Mons Gadecki adverte os deputados católicos poloneses que, se votarem a favor do aborto, não poderão comungar
O presidente da Conferência Episcopal da Polônia, Dom Stanisław Gądecki, declarou que os deputados que votam a favor do aborto “cometem um pecado grave e, portanto, não podem receber a Sagrada Comunhão”. A declaração foi feita durante a Marcha anual pela Vida e Família. Para entender melhor a importância da mensagem de Mons Gadecki, é preciso entender o contexto polonês. Para a grande mídia, o presidente é considerado como ultraconservador e a oposição é composta por partidos que são descritos como alinhados à direita. Em 2020, o Tribunal Constitucional polonês (TK) emitiu uma decisão protegendo a vida do nascituro ao proibir abortos justificados pelo diagnóstico de graves defeitos congênitos no feto. Anteriormente, representavam 98% dos abortos legais na Polônia. Hoje, o aborto só é permitido em dois casos: quando a gravidez põe em risco a saúde ou a vida da mãe, ou quando é resultado de um ato criminoso, como estupro ou incesto. A Igreja apoiou fortemente o conteúdo da sentença e, por isso, foi um dos alvos dos protestos massivos que eclodiram como resultado da decisão do tribunal TK. O partido nacional-conservador Lei e Justiça (PiS) também saudou a decisão. Na oposição, só o Konfederacja não se manifestou contra a nova proibição quase total do aborto. Donald Tusk, líder da Plataforma Cívica (PO), de centro, o maior partido da oposição, pediu a legalização do aborto gratuito até a 12ª semana de gravidez. Ele também exigiu que todos os candidatos eleitorais do PO apoiassem essa posição. Władysław Kosiniak-Kamysz e Szymon Hołownia, líderes da coalizão de centro-direita Terceira Via (Trzecia Droga), não pediram uma liberação tão ampla, mas são favoráveis ao retorno à lei do aborto pré-TK. Porém, também querem que a questão seja decidida em um referendo nacional.