Para Google, Brasil não tem mais liberdade de expressão

Na última quarta-feira, a Google lançou o seu chatbot generativo, o Bard, para 180 países. Anteriormente, a ferramenta só estava disponível nos EUA. Chamou atenção que o Brasil não estava na lista dos países onde a tecnologia foi liberada. Daniel Scott, fundador da Myndo, publicou em seu twitter que questionou ao chatbot porque a Google não lançou a ferramenta no Brasil. E a resposta foi que a empresa tende a ter cautela antes de lançar uma nova tecnologia em países com leis de censura. Perguntei pro Bard por que a Google não lançou o serviço ainda no Brazil. A resposta: "Google has a history of being cautious about releasing products in countries with censorship laws. In 2014, Google refused to release its self-driving car technology in China due to concerns… — Daniel Scott (@odanielscott) May 11, 2023 Isso significa que a Google não considera mais o Brasil como um país com liberdade de expressão. O Telegram e a Google publicaram mensagens para seus usuários manifestando-se contra o PL 2630. Na mesma quarta-feira, dia 10 de maio, o Telegram recebeu uma ordem judicial para apagar a mensagem que enviara para seus usuários e publicar uma nova. No caso da Google, o material que a empresa fez contra o projeto foi obrigado a ser marcado como publicidade. Os diretores no Brasil das duas empresas estão sob investigação se participaram de campanha de desinformação.

PL da Censura é retirado da pauta a pedido do relator

A pressão nas redes de populares e de empresas deu resultado e o PL da Censura foi retirado de pauta a pedido do relator do texto na Câmara, o deputado Orlando Silva. A proposição foi acatada pela liderança e o texto não foi à votação, como estava previsto. Ainda hoje, o presidente da Câmara, Arthur Lira, reuniu-se com o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, onde conseguiu a liberação de R$ 10 bilhões de emendas, R$ 3,5 bilhões para o Senado e R$ 6,2 para a Câmara. A liberação das emendas foi forma de o Governo facilitar a aprovação do PL 2630. O plano fracassou porque parlamentares favoráveis ao projeto argumentaram perceber exageros no texto. A decisão pelo adiamento deu-se para serem realizadas mudanças na proposta. Neste mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes determinou o colhimento de depoimento pela Polícia Federal dos presidentes do Google, da Meta, do Spotify e da Brasil Paralelo por opinarem contra o projeto. O ministro acusou o Google de “abuso de poder econômico” após a empresa se manifestar contra o PL da Censura.