Pontifícia Comissão para Tutela de Menores anuncia novas estratégias

Após assembleia plenária de 3 a 6 de maio, em Roma, a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores divulgou as decisões tomadas durante o encontro. Os membros analisaram o andamento do trabalho de proteção a menores e discutiram as ações futuras. A comissão tem recebido muito apoio e incentivo do Papa Francisco para o seu trabalho. O que se reflete no encontro que os membros tiveram com o Pontífice no dia 05 de maio. As decisões: Atualização das Diretrizes globais da Igreja. A primeira publicação dessas diretrizes data de 2011, pela então Congregação para a Doutrina da Fé. Criação de uma Ferramenta de Verificação, solicitada pelo Papa Francisco em abril de 2022 para avaliar a adequação das igrejas locais ao instrumento; Estabelecimento de um Fundo a partir de parte das contribuições das Conferências Episcopais para oferecer programas de capacitação para garantir maior acesso à formação e assistência às vítimas, seus familiares e às comunidades nas regiões mais pobres do mundo; Um projeto-piloto já foi assinado com a Igreja Católica em Ruanda. Aprovação de acordo de parceria com a Fundação GHR, para fornecimento de consultores regionais especializados em proteção. Revisão do quadro de referências do Relatório Anual sobre as políticas e procedimentos de proteção na Igreja, conforme solicitado pelo Papa Francisco. Aprovação de plano estratégico de cinco anos identificando objetivos, metas e indicadores de resultados. Durante a assembleia plenária, também se discutiram estratégias de como proteger os menores dos perigos online.

Papa denuncia ‘colonização’ da ideologia de gênero e aborto

Durante a visita à Hungria, o Papa Francisco denunciou o aborto e a ideologia de gênero, citando ambos como exemplos de “colonização ideológica”. A denúncia do papa ocorreu durante um discurso em Budapeste para autoridades civis e outros dignitários em um antigo mosteiro carmelita. O Papa também lamentou as “formas autorreferenciais de populismo” e “supranacionalismo” que ganham força na Europa. “Este é o caminho funesto percorrido por aquelas formas de ‘colonização ideológica’ que anulariam diferenças, como no caso da chamada teoria de gênero, ou que colocariam diante da realidade da vida conceitos redutores de liberdade, por exemplo, ao alardear como progresso um ‘direito ao aborto’ sem sentido, que é sempre uma derrota trágica”, disse o Papa, que está em Budapeste em sua visita de três dias. Antes de seu discurso, o Papa Francisco se encontrou com a presidente da Hungria, Katalin Novák, e o primeiro-ministro, Viktor Orbán. Ambos os políticos possuem iniciativas centradas na família, incluindo bônus do governo de US$ 33.000 para casais que têm três filhos. As medidas do governo ajudaram a aumentar a taxa de natalidade. O aborto é legal na Hungria até as primeiras 12 semanas de gravidez. É permitido até 24 semanas sob certas condições. Em novo decreto emitido no ano passado, as mulheres que procuram um aborto devem primeiro ouvir os batimentos cardíacos do feto.

Papa Francisco visita a Hungria

De 28 a 30 de abril, o Papa Francisco visitará a Hungria. O lema da 41ª Visita Apostólica do Santo Padre é “Cristo é o nosso futuro”. Há muita apreensão ao redor do fato pela guerra na Ucrânia e a crise migratória e humanitária desencadeada pelo conflito. A Hungria possui uma fronteira de 103 quilômetros ao leste com a Ucrânia. Desde o início da guerra na Ucrânia, quase dois milhões e meio de refugiados pelo país rumo a outros ou permanecendo. O Papa visitará apenas a capital Budapeste, mas a agenda inclui encontros com líderes políticos como o presidente húngaro Katalin Novák e o primeiro-ministro Viktor Orbán, além de bispos, padres e religiosos do país. O Papa também realizará um encontro com pessoas pobres e refugiados e visitará uma escola que atende crianças carentes. Na visita anterior, o Pontífice presidiu a Missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional. Agora, ele visita o país para estar com a Igreja local e o povo húngaro. Da sua parte, o governo húngaro adotou medidas para facilitar a participação na visita do Papa, incluindo trânsito gratuito para os participantes dos eventos. O mesmo governo promulgou leis e políticas que favorecem o apoio às famílias no país. Com mais de mil anos de história no país, remontando a Santo Estêvão, rei da Hungria, o catolicismo sobreviveu sob o comunismo durante a Guerra Fria. Se vive hoje, é também graças ao testemunho de mártires, mas acima de tudo, com a Graça de Deus.

Organizadores do Sínodo dizem que o processo deve levar a maior controle local na Igreja Católica

Organizadores de consulta contínua do Papa Francisco com os católicos de todo o mundo disseram haver um consenso crescente de que o Sínodo dos Bispos em andamento deverá resultar no Vaticano dando mais deferência às autoridades da Igreja local. De 12 a 19 de abril, uma equipe de aproximadamente 20 bispos, padres, agentes pastorais e teólogos dos cinco continentes se reuniu em Roma para revisar os relatórios finais dos sete encontros continentais. Eles também começaram a redação do documento de trabalho do sínodo, que servirá de base para as discussões em Roma em outubro. O objetivo é publicar o documento até o final de maio, reunindo especialistas globais e desenvolvendo um documento não a partir das próprias ideias dos redatores, mas “com espírito de discernimento”. Durante os meses de fevereiro e março aconteceram sete encontros continentais para refletir sobre os temas que surgiram durante a primeira fase do processo sinodal, que incluiu dezenas de milhares de sessões de escuta com católicos de todo o mundo. A terceira fase incluirá duas assembleias de um mês em Roma em outubro de 2023 e em outubro de 2024. O arcebispo Timothy Costelloe, de Perth, Austrália, disse que “há, de fato, mais de uma maneira de ser a Igreja”. E destacou que uma característica significativa da sinodalidade é o entendimento de que a unidade não exige uniformidade na Igreja Católica. As observações foram feitas durante coletiva de imprensa no Vaticano no dia 20 de abril para marcar a conclusão da fase continental do processo sinodal de três anos. Os resultados das sessões iniciais de escuta foram enumeradas em um documento de 45 páginas divulgado em outubro passado. Intitulado “Alarga o espaço da sua tenda” (Is 54:2), o documento aborda uma série de temas frequentemente considerados tabus na Igreja Católica, como relacionamentos LGBTQ, ordenação de mulheres, inculturação litúrgica e abuso sexual do clero. Esse relatório formou a base das reuniões continentais que, segundo Costelloe, evidenciaram o entusiasmo generalizado por esta nova era de abertura e diálogo. O secretário do Dicastério para as Comunicações do Vaticano, Mons. Lucio Ruiz, disse que um processo de “sínodo digital” online coletou 150.000 questionários de 115 países. Os principais participantes tinham idade entre 18 e 40 anos. Trinta por cento desses participantes eram descrentes. Dominicano Pe. Hyacinthe Destivelle, funcionário do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos do Vaticano, destacou o elemento ecumênico do processo sinodal. Antes do início oficial do Sínodo dos Bispos em Roma em outubro, haverá uma vigília de oração ecumênica na Praça de São Pedro em 30 de setembro. Com a conclusão da fase continental do sínodo, o processo agora avança para a reunião de outubro de 2023, que deve atrair mais de 300 líderes católicos e observadores ecumênicos a Roma para um mês de discussões.

“Ofensivas e Infundadas”, disse o Papa Francisco sobre acusações contra São João Paulo II

Nesta segunda-feira, dia 16 de abril, o Papa Francisco acusou de “ofensivas e infundadas”as insinuações contra o seu predecessor, o Papa São João Paulo II. Anteriormente, a imprensa do Vaticano já descrevera como “caluniosa” uma fita de áudio de um suposto mafioso romano que insinuava que São João Paulo II sairia à procura de meninas menores de idade para molestar. Tal fita foi exibida em um programa de TV italiano por Pietro Orlandi, irmão de Emanuela Orlandi, filha adolescente de um funcionário do Vaticano e que morava no Vaticano. O desaparecimento da jovem de 15 anos em 1983 é um mistério duradouro que gerou inúmeras teorias e, até agora, investigações infrutíferas. O Papa Francisco observou que, na multidão de 16 de abril da praça São Pedro, havia peregrinos e outros fiéis na cidade para rezarem pela misericórdia divina. “Confiante em interpretar o sentimento de todos os fiéis do mundo inteiro, dirijo um pensamento agradecido à memória de São João Paulo II, nestes dias, objeto de insinuações ofensivas e infundadas”, disse o pontífice com voz severa e suas palavras foram aplaudidas pelos fiéis. Na semana passada, Pietro Orlandi se reuniu com os promotores do Vaticano, que no início deste ano reabriram a investigação sobre o desaparecimento de sua irmã. O Parlamento da Itália também iniciou uma comissão de inquérito sobre o caso. Emanuela Orlandi desapareceu em 22 de junho de 1983, após deixar o apartamento de sua família na Cidade do Vaticano para ir a uma aula de música em Roma. Entre as teorias sobre o que aconteceu com ela, há quem ligue o desaparecimento às consequências da tentativa fracassada de assassinato contra João Paulo II em 1981 na Praça de São Pedro. Muitas outras tentam explicar o caso ainda não resolvido. O recente documentário de quatro partes da Netflix, “Vatican Girl”, explorou esses cenários possíveis. Num dos episódios, apresentou novo testemunho de uma amiga de Emanuela que disse ouvir da desaparecida, uma semana antes, que um clérigo de alto escalão do Vaticano havia feito investidas sexuais contra ela. O irmão da jovem desaparecida insiste que o Vaticano sabe mais do que disse. Por sua vez, o procurador do Vaticano encarregado da investigação diz que o pontífice lhe deu rédea solta para tentar descobrir a verdade. Enquanto estava no Vaticano na semana passada, Pietro Orlandi forneceu aos promotores do Vaticano uma fita de áudio de um suposto mafioso romano insinuando que João Paulo sairia à procura de meninas menores de idade para molestar. O diretor editorial do Vaticano, em um editorial contundente, observou que a insinuação carecia de “evidências, pistas, testemunhos ou corroboração”. O secretário de longa data de João Paulo II, o cardeal polonês Stanislaw Dziwisz, também criticou as insinuações como “irreais, falsas e risíveis se não fossem trágicas e até criminosas”. A advogada de Pietro Orlandi, Laura Sgro, insistiu que seu cliente não estava acusando ninguém.