Papa Francisco destitui o bispo americano Joseph Strickland

O Papa Francisco removeu o Bispo Joseph Strickland do seu papel de pastor e bispo da Diocese de Tyler, Texas. O anúncio foi feito através do boletim diário da Santa Sé, em 11 de novembro: O Santo Padre dispensou do governo pastoral da Diocese de Tyler (EUA) S.E. Mons. Joseph E. Strickland e nomeou o Bispo de Austin, S.E. Mons. Joe Vásquez, [bispo de Austin] como Administrador Apostólico da diocese desocupada. Anteriormente, em 9 de novembro, o Bispo Strickland foi formalmente convidado a renunciar pelo Papa Francisco, num pedido através do núncio papal, Cardeal Cristophe Pierre. Dom Strickland recusou este pedido e, agora por ordem direta do Papa, está desocupando a sua sede diocesana. Conforme o Cânone 416, uma sé diocesana é vaga quando o bispo renuncia, se transfere, morre ou tem uma “privação” que lhe é comunicada pelo Papa. E este só pode impor uma “privação” a um bispo cargo seguindo limites precisos e exigentes do Direito Canônico. Ao LifeSiteNews, o canonista Edward Peters destacou que todos os comentários sobre o Cânon 416 que ele examinou “consideram a ‘privação’ do cargo de um bispo como sendo possível apenas em face da culpa por crimes eclesiásticos (digamos, ações canonicamente ilegais em relação à propriedade eclesiástica, contra cc. 1377 ou 1389)”. A atitude do Papa Francisco vai contra um dos bispos mais diretos e vocais dos Estados Unidos, que obteve um apoio considerável, dentro e fora da sua diocese, para a sua promoção do ensino católico tradicional. Dom Strickland e sua diocese têm sido objeto de muito escrutínio entre a mídia católica desde que foi revelado que ele estava sujeito a uma visitação apostólica em junho de 2023. A visitação foi conduzida por dois bispos aposentados: Bispo Dennis Sullivan de Camden, Nova Jersey, e ex-bispo Gerald Kicanas de Tucson, Arizona. Havia muita preocupação quanto a Dom Kicanas, devido ao seu histórico problemático em matéria de aborto e homossexualidade. Em 2012, ele defendeu o financiamento de grupos pró-aborto pela Catholic Relief Services e, entre outras coisas, foi endossado por um grupo homossexual na probabilidade de se tornar presidente da conferência dos bispos dos EUA. Nenhum resultado oficial da visitação apostólica foi divulgado ao público. Em setembro deste ano, divulgou-se amplamente que o Papa Francisco planejava pedir a renúncia do Bispo Strickland. Muitos temiam que o bispo franco fosse iminentemente destituído do seu cargo. Entre os posicionamentos públicos de Dom Strickland sobre questões morais e doutrinárias, ele instou o Papa Francisco a negar a Sagrada Comunhão à ex-presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, em decorrência de ela apoiar o aborto. Além disso, ele também tem sido notavelmente franco em relação às controvérsias morais na política e na cultura dos EUA, incluindo a espionagem dos católicos pela administração Biden e as exibições públicas de grupos que se autodenominam “satânicos”. Neste verão, ele falou em um protesto contra o Los Angeles Dodgers hospedar uma trupe de drag queen anticatólica chamada “Irmãs da Indulgência Perpétua”, que se autodenominam freiras grotescas. Em 2022, o Papa Francisco removeu o Bispo Daniel Fernández Torres da Diocese de Arecibo, Porto Rico, devido ao seu apoio às objecções de consciência aos mandatos da vacina contra a COVID. Simultaneamente, o Papa Francisco não disciplinou numerosos bispos que contradisseram publicamente a doutrina católica sobre a atividade homossexual, a identidade de gênero, as “bênçãos” do mesmo sexo, a ordenação de mulheres e a recepção da Eucaristia.

Papa Francisco afirma que pessoas ‘trans’ podem ser padrinhos e ‘pais’ homossexuais podem batizar filhos

O Papa Francisco aprovou um texto elaborado pelo Cardeal Victor Manuel Fernández onde afirma que indivíduos “transexuais” podem ser padrinhos do sacramento do Batismo, bem como permitir que “pais” homossexuais tenham seus filhos batizados. A Igreja Católica, contudo, ensina que a mutilação corporal deliberada e os atos homossexuais são gravemente pecaminosos, e que aqueles que solicitam o batismo de crianças devem ter a intenção de criar as crianças na fé católica. O documento, emitido no dia 8 de novembro pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, responde a seis dubia apresentados pelo Bispo José Negri, da Diocese de Santo Amaro, no Brasil. O texto foi compilado e assinado por Fernández, e aprovado e assinado pelo Papa Francisco no dia 31 de outubro. Uma tradução não oficial em inglês pode ser lida aqui. Os dubias originais de 14 de julho de 2023 do Bispo Negri não foram publicados, mas contém as seguintes questões: Uma pessoa trans pode ser batizada? Uma pessoa trans pode ser padrinho ou madrinha no batismo? Uma pessoa trans pode ser testemunha em um casamento? Duas pessoas homoafetivas podem ser contadas como pais de uma criança, que deve ser batizada e que foi adotada ou adquirida por outros métodos, como a barriga de aluguel? Uma pessoa homoafetiva e coabitante pode ser padrinho de uma pessoa batizada? Uma pessoa homoafetiva e coabitante pode ser testemunha de um casamento? 1: Batismo de transgêneros O documento afirma que um indivíduo “transexual” poderia receber o Batismo como qualquer outra pessoa. Conforme o texto, aquele que “passou por tratamento hormonal e cirurgia de redesignação sexual – pode receber o batismo, nas mesmas condições que outros crentes, se não houver situações em que haja risco de gerar escândalo público ou desorientação entre os fiéis.” Continuando a resposta, o documento acrescenta que o Batismo também poderia ser dado a “crianças ou adolescentes com problemas de transgênero, se bem preparados e dispostos”. O texto também afirma que “mesmo quando subsistem dúvidas sobre a situação moral objetiva de uma pessoa ou sobre suas disposições subjetivas em relação à graça, nunca se deve esquecer o aspecto da fidelidade do amor incondicional de Deus, que é capaz de gerar até com o pecador uma aliança irrevogável, sempre aberto ao desenvolvimento, também imprevisível.” E acrescenta que isso “é verdade mesmo quando um propósito de emenda não aparece de forma totalmente manifesta no penitente, porque muitas vezes a previsibilidade de uma nova queda ‘não prejudica a autenticidade do propósito’”. 2: Padrinhos transgêneros? Se, para a primeira pergunta, a resposta é longa. Para as demais, são respostas curtas, como neste caso onde o documento afirma que: Sob certas condições, um transexual adulto que também tenha sido submetido a tratamento hormonal e cirurgia de redesignação sexual poderá ser admitido na função de padrinho ou madrinha. Contudo, como esta tarefa não constitui um direito, a prudência pastoral exige que não seja permitida se houver perigo de escândalo, de legitimação indevida ou de desorientação no âmbito educativo da comunidade eclesial. A resposta a dubia escrita pelo cardeal Fernández não só contradiz o ensino católico, mas contradiz uma resposta do Vaticano à mesma questão em 2015. Naquela altura, o bispo Rafael Zornoza Boy, de Cádiz e Ceuta, pediu esclarecimentos ao Dicastério para a Doutrina da Fé depois de uma mulher, que vivia como homem, pediu para ser padrinho do sobrinho. O texto da resposta foi encontrado pelo LifeSiteNews e não se encontra no site do Dicastério para a Doutrina da Fé, mas está incluída na declaração que o Bispo Zornoza divulgou na altura, e que agora só é encontrada num link arquivado. Zornoza apresentou a resposta do Dicastério para a Doutrina da Féde 2015 da seguinte forma: Sobre este assunto informo-vos da impossibilidade de ser admitido. O mesmo comportamento transexual revela publicamente uma atitude contrária à exigência moral de resolver o problema de identidade sexual conforme a verdade do próprio sexo. Fica evidente, portanto, que esta pessoa não tem a exigência de levar uma vida conforme a fé e a posição de padrinho (CIC, cân. 874 §1.3), não podendo, portanto, ser admitida na posição de madrinha ou padrinho. Não há discriminação nisto, mas apenas o reconhecimento de uma falta objetiva dos requisitos que pela sua natureza são necessários para assumir a responsabilidade eclesial de ser padrinho. 3 e 6: Testemunhas transexuais e homossexuais para um casamento Em uma resposta curta de uma linha, o documento aprovou a possibilidade de indivíduos transgêneros serem testemunhas em casamentos: “Não há nada no atual direito canônico universal que proíba uma pessoa transgênero de ser testemunha em um casamento”. Esta mesma resposta ele repetiu para o sexto dubia, que perguntava se uma pessoa “homoafetiva e coabitante” poderia ser testemunha de um casamento. Embora o termo “homoafetivo” não seja comumente usado na linguagem moderna, nem tenha sido definido no texto, parece ser usado de forma equivalente a “homossexual” no documento do Dicastério para a Doutrina da Fé. A lei canônica atual não estipula que uma testemunha em um casamento seja obrigada a praticar uma vida católica. 4: ‘Pais’ homossexuais apresentando crianças para o Batismo? Sem esclarecimentos, a resposta simplesmente afirma: Para que a criança seja batizada deve haver uma esperança fundada de que será educada na religião católica (cf. cân. 868 § 1, 2o CIC; cân. 681, § 1, 1o CCEO). O Cânon 868, citado pelo documento, afirma que “os pais ou pelo menos um deles, ou a pessoa que legitimamente ocupa o seu lugar, devem consentir”. Para que o Batismo seja permitido, “deve haver uma esperança fundada de que a criança será criada na religião católica; se tal esperança estiver totalmente ausente, o batismo deverá ser adiado conforme as prescrições da lei particular, depois que os pais tiverem sido informados sobre o motivo.” O documento não delineia como dois indivíduos que vivem juntos num estilo de vida homossexual poderiam exibir uma “esperança bem fundamentada” de que a criança, que naturalmente não seria sua, pudesse ser criada na fé católica, que eles rejeitam ativamente pelo seu estilo de vida homossexual. 5:

Ohio consagra o aborto em sua constituição e se torna um dos estados mais pró-aborto dos EUA

Apesar da oposição dos defensores pró-vida, a nova legislação em Ohio para consagrar o aborto na constituição estadual foi aprovada por ampla margem na terça-feira, 07 de novembro. Com a aprovação, o estado de Ohio se torna um dos mais pró-aborto nos EUA, ao lado de redutos democratas como Califórnia e Vermont. A mudança ocorreu após uma enorme campanha pró-aborto financiada por grupos de lobby de fora do estado e o fracasso de uma iniciativa eleitoral anterior destinada a fortalecer o processo de emenda constitucional do estado. Imagens católicas foram usadas para promover a medida radical a favor do aborto. Com 96% dos votos contados, a emenda foi aprovada por uma margem de 56% contra 44%. A medida pró-aborto é chamada de Direito à Liberdade Reprodutiva com Emenda de Proteções para Saúde e Segurança. Ela foi elaborada pelos membros de Ohio da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e apoiada pelo braço de defesa dos Médicos pelos Direitos Reprodutivos (OPRR) de Ohio, o Protect Choice Ohio (PCO). Aprovada, ela altera o Artigo I da constituição do estado de Ohio para garantir que “[todo] indivíduo tem o direito de tomar e executar suas próprias decisões reprodutivas, incluindo, mas não se limitando a, decisões sobre contracepção, tratamento de fertilidade, continuidade da própria gravidez, cuidados com aborto espontâneo e aborto.” Até então, a lei de Ohio tornava o aborto legal até 22 semanas de gravidez. Conforme a linguagem da alteração, o Estado é orientado a não “sobrecarregar, penalizar, proibir, interferir ou discriminar” o “direito” ao aborto. As restrições ao aborto continuariam a ser tecnicamente admissíveis após a “viabilidade”, embora os médicos tenham autoridade para decidir a viabilidade “caso a caso”. Além disso, os abortos até ao nascimento são permitidos pela alteração se forem considerados necessários para proteger a vida ou a saúde da mãe, uma norma que pode ser ampliada para incluir o bem-estar mental e emocional da mãe, a fim de justificar o aborto eletivo. Os defensores da vida salientam que a morte deliberada de um bebê em gestação nunca é clinicamente necessária. Além de proibir explicitamente a proteção dos nascituros e impedir os pais de se envolverem caso a sua filha de menor pretenda fazer um aborto, a nova legislação também pode deixar as crianças com confusão de gênero vulneráveis à esterilização e mutilação com intervenções de gênero irreversíveis. A linguagem extrema levou os católicos e outros defensores da vida a manifestarem-se veementemente contra a medida. Desde a histórica vitória pró-vida na Suprema Corte dos EUA em junho de 2022, que reverteu quase 50 anos de precedente federal radical sobre o aborto estabelecido em Roe v. Wade, os defensores pró-vida experimentaram um misto de vitórias e derrotas nos estados. Embora estados como Texas, Idaho, Oklahoma, Alabama e Kentucky tenham aprovado extensas leis pró-vida para proibir quase todos os abortos em todo o estado, e outros estados como Flórida, Carolina do Norte e Nebraska tenham implementado restrições parciais ao aborto com base na idade gestacional, outros estados como Califórnia, Oregon, Nova Iorque e Novo México avançaram na direção oposta. Os eleitores na Califórnia, Vermont e Michigan aprovaram medidas em 2022 que consagram o aborto nas suas constituições estaduais. Entretanto, medidas opostas no Kentucky e no Kansas para esclarecer que as constituições desses estados não contêm direito ao aborto, e uma medida de Montana para proteger crianças nascidas após abortos mal sucedidos, falharam todas nas urnas. Informações com o LifeSiteNews.

Governo Italiano concede cidadania para bebê sem suporte de vida na Grã-Bretanha

O hospital pediátrico do Vaticano se ofereceu para tratar a bebê Indi Gregory, de 8 meses, depois de um tribunal britânico decidir que ela fosse retirada do aparelho de suporte vital contra a vontade dos seus pais. Simultaneamente, o governo italiano decidiu, numa reunião de emergência na segunda-feira, conceder à criança a cidadania italiana e cobrir os custos do seu tratamento médico. Indi Gregory nasceu em fevereiro e sofre de uma doença mitocondrial degenerativa rara. Ela tem recebido tratamento de manutenção de vida num ventilador no Queen’s Medical Center em Nottingham, Inglaterra. Após o tribunal superior de Inglaterra decidiu que era do “melhor interesse” da criança retirar o aparelho de suporte vital, os pais de Gregory apelaram para que a levassem a Roma para tratamento. O recurso foi negado por um juiz britânico no fim de semana. O hospital Bambino Gesù já ofereceu tratamento médico a outras crianças gravemente doentes, incluindo Alfie Evans em 2018 e Charlie Gard em 2017, a quem foram negadas a oportunidade de viajar para Itália pelos tribunais do Reino Unido e morreram dias após terem sido retirados do aparelho de suporte vital. Com a cidadania italiana, os pais da criança, Dean Gregory e Claire Staniforth, podem apelar ao consulado italiano na Grã-Bretanha para solicitar que a sua filha seja transportada de avião para Itália para tratamento. Em resposta à decisão do governo italiano, Dean Gregory, pai de Indi, disse: “Meu coração se enche de alegria porque os italianos devolveram a Claire e a mim a esperança e a fé na humanidade. Os italianos demonstraram-nos carinho e apoio amoroso e gostaria que as autoridades do Reino Unido fizessem o mesmo.” Informações com a CNA.

Cardeal diz que relatos de que está mudando as regras para eleger novo papa são “absolutamente falsos”

Em declaração exclusiva ao LifeSiteNews no domingo à noite, o Cardeal Gianfranco, S.J., proeminente no Vaticano, disse que os relatos de que ele está redigindo um documento com o Papa para reformar o processo de um conclave papal são “absolutamente falsos”. “Antes do seu e-mail, eu não tinha notícias sobre a reforma do Conclave que você menciona”, escreveu o cardeal jesuíta, de 81 anos, elevado ao cardinalato por Francisco em agosto de 2022. “Fui à Internet e vi que se diz que estou trabalhando com o Papa para essa reforma”, acrescentou ao LifeSiteNews. “Isso é absolutamente falso” disse o cardeal quando questionado se poderia confirmar os relatórios publicados no fim de semana sobre sua suposta reforma dos conclaves papais. “Como não tenho conhecimento disso, não vejo sentido em uma reunião”, adicionou. Relatórios de reforma do conclave Na noite de sábado, o The Pillar e o The Remnant relataram que Ghirlanda foi incumbido pelo Papa Francisco de redigir projetos de reformas para o processo do conclave papal. O Pilar escreveu que Ghirlanda estava pensando em fazer reformas no documento de 1996 do Papa João Paulo II que rege o conclave – Universi dominici gregis (UDG). A primeira mudança, conforme as fontes do The Pilar, seria a exclusão de todos os cardeais com mais de 80 anos das congregações gerais. Isto significaria que apenas os cardeais elegíveis para eleger o novo papa, aqueles com menos de 80 anos, poderiam participar das congregações e discutir a eleição. Uma segunda mudança relatada alteraria a maneira como as próprias congregações aconteciam, sendo modeladas em um estilo mais sinodal. Limitar-se-ia a oportunidade de discursos a todo o Colégio de Cardeais, que seria substituído por sessões de estilo semelhante ao sínodo da sinodalidade, nas quais 10 ou mais participantes se reúnem para ‘conversas espirituais’, seguidas de relatórios para toda a assembleia resumindo as discussões à mesa. O The Remnant acrescentou que o Colégio dos Cardeais não seria mais o único eleitor do novo papa e o cardeal Ghirlanda tentava persuadir o Papa Francisco a permitir que membros leigos masculinos e femininos, como irmãs religiosas, constituíssem até 25 por cento dos eleitores do Papa. Conforme o LifeSiteNews, o veículo italiano e católico de notícias, Messa in Latino, apoia a veracidade das reformas do conclave relatadas. Quem é Ghirlanda? O cardeal Ghirlanda, recentemente nomeado, é o advogado canônico preferido do Papa Francisco, sendo fortemente envolvido na reforma da Cúria Romana de Francisco em 2022. O documento Praedicate Evangelium surpreendeu ao permitir que leigos ocupassem posições de liderança dentro da Cúria. Mais recentemente, cardeal Ghirlanda substituiu o cardeal Raymond Burke como Patrono da Ordem de Malta. Ex-reitor da Universidade Gregoriana de Roma, administrada pelos jesuítas, ele já argumentou de forma controversa que o poder papal na Igreja é “ilimitado”. Conforme o cardeal Gerhard Müller, durante o consistório de 2022, o cardeal Ghirlanda apresentou a “teoria do papado como um poder ilimitado de direito divino sobre toda a Igreja, como se o Papa fosse um Deus in terris [Deus na terra]”. Tal visão, afirmou Müller, “contradiz toda a tradição católica, e especialmente o Concílio Vaticano II, de que os bispos e padres têm apenas autoridade para realizar atos sacramentais, enquanto o Papa tem posse exclusiva de toda a jurisdição, que ele pode delegar” à vontade para clérigos ou leigos.” Mudança possível? Conforme o Cânon 349 do atual Código de Direito Canônico, de 1983, apenas os cardeais elegem um novo papa. Os cardeais da Santa Igreja Romana constituem um colégio especial que prevê a eleição do Romano Pontífice segundo as normas do direito especial. Os cardeais auxiliam o Romano Pontífice quer colegialmente quando são convocados para tratar de questões de grande importância, quer individualmente quando ajudam o Romano Pontífice nos vários ofícios que desempenham, especialmente no cuidado quotidiano da Igreja universal. Caso as supostas reformas para os eleitores leigos fossem realizadas, seria necessária uma mudança no Direito Canônico não seria suficiente. O relatório de síntese do Sínodo da Sinodalidade já pediu uma mudança no Direito Canônico comum apelo “urgente” para que o ele fosse alterado para permitir mais funções femininas de governo.

Apoiadores do aborto em Ohio superam pró-vida por 3 a 1

Defensores do esforço para consagrar o aborto na Constituição de Ohio superam os seus oponentes pró-vida por uma margem de quase 3 para 1 nos últimos meses. Conforme documentos de campanha divulgados no final de outubro, que contabilizaram as doações de 8 de setembro em diante, o Ohioans United for Reproductive Rights receberam cerca de US$ 28,7 milhões em contribuições totais. A campanha pró-vida Protect Women Ohio recebeu apenas cerca de US$ 9,9 milhões. Um dos maiores contribuintes do lado pró-aborto foi o Sixteen Thirty Fund, com sede em Washington, D.C., que contribuiu com mais de 3,3 milhões de dólares. O Fairness Project, que recebe doações do Sixteen Thirty Fund, doou outros US$ 2 milhões. Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, doou US$ 1 milhão para a campanha pró-aborto. Outro grande doador foi o Open Society Policy Center, com sede em Nova Iorque, que doou cerca de 3,5 milhões de dólares. Este grupo e a Fundação Tides, que doou quase US$ 1,5 milhão, estão ambos associados a Soros. A American Civil Liberties Union (ACLU), com sua fundação e afiliadas estaduais, doaram cerca de US$ 2,8 milhões. Juntas, a Planned Parenthood e suas afiliadas locais doaram mais de US$ 1,8 milhão. A maior pessoa individual que contribuiu foi Lynn Schusterman, um filantropo bilionário baseado em Oklahoma, que doou cerca de US$ 2,5 milhões. Amy Natoce, secretária de imprensa da Protect Women Ohio, disse à CNA que “não é surpresa que a ACLU esteja despejando milhões de dólares em Ohio para cimentar a sua alteração radical contra os pais na nossa constituição”. Natoce acrescentou que “quer os eleitores sejam pró-escolha, pró-vida ou algo entre os dois, a questão 1 vai muito longe e é radical demais para os habitantes de Ohio”. A maioria do financiamento da Protect Women Ohio desde 8 de setembro veio diretamente de seu comitê, Protect Women Ohio Action Inc., que é uma coalizão de organizações pró-vida, incluindo Susan B. Anthony Pro-Life America, com sede em Washington, D.C. O comitê doou cerca de US$ 7,7 milhões, o que representou mais de três quartos das doações da campanha. Os outros dois grandes doadores estão associados à Igreja Católica: 1 milhão de dólares dos Cavaleiros de Colombo, uma organização fraterna católica, e 300 mil dólares da Diocese de Columbus, Ohio. O dia da eleição é terça-feira, 7 de novembro, mas a votação antecipada já começou. Votar “sim” na Questão 1 altera a Constituição de Ohio para adicionar um novo direito à “liberdade reprodutiva”, que inclui “aborto” e “contracepção”. Votar “não” na Questão 1 impede que esta linguagem seja adicionada à constituição do estado. Embora a linguagem permita algumas restrições ao aborto após a “viabilidade”, que normalmente ocorre por volta das 24 semanas de gravidez, muitas organizações pró-vida alertam que a linguagem ambígua da medida pode permitir o aborto até o nascimento e remover o consentimento dos pais e as regras de notificação para menores que abortam. Sondagens recentes mostraram apoio popular à alteração do aborto por margens de dois dígitos. Uma pesquisa Ohio Pulse da Universidade Baldwin Wallace do início de outubro descobriu que mais de 58% dos eleitores registrados apoiam a emenda e apenas pouco mais de um terço se opõe a ela, mostrando uma margem de cerca de 25 pontos a favor da emenda. Outra pesquisa, da Universidade de Ohio, no final de meados de outubro, descobriu que 52% dos eleitores registrados apoiavam a emenda e 36% eram contra, o que representava uma margem de cerca de 16 pontos a favor da emenda. Informações com a CNA.

Papa Francisco reforma estatutos da Pontifícia Academia de Teologia

O Papa Francisco publicou hoje Carta Apostólica em forma de motu proprio Ad theologiam promovendam, através do qual reforma os estatutos da Pontifícia Academia de Teologia, pertencente ao Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé. No documento, o Papa Francisco recorda que a Pontifícia Academia de Teologia encarna constantemente “a exigência de colocar a teologia ao serviço da Igreja e do mundo”, modificando a sua estrutura e ampliando os seus objetivos quando necessário. Conforme o Santo Padre, a prática da teologia no futuro “não pode limitar-se a repropor abstratamente fórmulas e esquemas do passado”, mas é chamada a interpretar profeticamente o presente e a “discernir novos caminhos para o futuro”. “Depois de quase cinco décadas, chegou o momento de rever estas normas, para torná-las mais adequadas à missão imposta pelo nosso tempo à teologia. Uma Igreja sinodal, missionária e em saída só pode corresponder a uma teologia em saída», escreveu o Sucessor de Pedro. Neste sentido, o Sumo Pontífice sublinha que a reflexão teológica é chamada a uma mudança de rumo e de paradigma, a uma “brava revolução cultural”, que a compromete a ser uma ciência que sabe “ler e interpretar o Evangelho” conforme o contexto e as diferentes realidades que os homens vivem atualmente. Para o Papa Francisco, a teologia desempenha um papel predominante na promoção de diálogos entre diversas culturas e religiões, sendo sua tarefa “a marca trinitária que faz do cosmos em que vivemos ‘uma rede de relações’ na qual ‘é característico de todo ser vivo tender para outra coisa’”. O Santo Padre também convida a um diálogo “dentro da comunidade eclesial”, a fim de promover a sinodalidade, que compromete “os teólogos a fazer teologia de forma sinodal, promovendo entre eles a capacidade de escuta, de diálogo, discernir e integrar a multiplicidade e variedade de instâncias e contribuições”.

Os abortos realizados por clínicas virtuais aumentaram 72% um ano após a decisão no caso Dobbs

O número de abortos legalmente fornecidos por clínicas exclusivamente virtuais por meio de prescrições de pílulas abortivas aumentou 72% no ano seguinte à reversão do caso Roe v. Wade pela Suprema Corte Americana. Informações são de um relatório do #WeCount, um projeto de pesquisa da Sociedade de Planejamento Familiar, um grupo que apoia o aborto legal. É o primeiro censo dos provedores de aborto nos EUA após a decisão da Suprema Corte dos EUA em junho de 2022 no caso Dobbs vs. Jackson Women’s Health Organization e mostra como eles veem as tendências em seu setor. Conforme os pesquisadores, só foram considerados dados de clínicas licenciadas dentro do sistema de saúde, excluindo o que podem ser procedimentos ilegais. O aumento de abortos em clínicas exclusivamente virtuais, que utilizam a telemedicina para prescrever aos pacientes medicamentos indutores de aborto, está de acordo com alguns estudos anteriores que mostram resultados semelhantes após Dobbs. Mesmo antes dessa decisão, dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, com sede em Atlanta, mostravam que mais de metade dos abortos realizados nos EUA eram químicos ou médicos, e não cirúrgicos. Esse novo relatório do #WeCount examinou o período de abril de 2022 a junho de 2023 e concluiu que, embora os abortos tenham diminuído nos estados que proibiram ou limitaram o procedimento, os abortos aumentaram nacionalmente nos Estados Unidos. Informações com o Detroit Catholic.

O que mudou entre o relatório preliminar e o relatório resumido do Sínodo da Sinodalidade

A assembleia do Sínodo da Sinodalidade aprovou o relatório resumido com 42 páginas na noite de sábado. E mudanças significativas ocorreram entre o rascunho inicial e o texto final, que servirá de base para a sessão do Sínodo de outubro de 2024. O relatório resumido final não incluiu o termo “LGBTQ+”, que estava presente no rascunho do documento entregue aos membros do Sínodo na quarta-feira, 25 de outubro. A expressão de constava tanto no instrumentum laboris do Sínodo como, de forma diferente, na versão inicial. Da mesma forma, uma proposta que parecia apelar a um Sínodo permanente em sessão que proporcionasse consultas ao Papa não foi incluída no relatório resumido final. Os trechos que sugerem a necessidade de reconsiderar até que ponto “a diferença sexual deve moldar a eclesiologia e as abordagens ao ministério” também foram removidos. Eles aparentavam propor mudar o entendimento da Igreja de que apenas os homens são elegíveis para serem ordenados às ordens sagradas e, portanto, exercerem certos ministérios de ensino, governação e santificação. No total, 1.251 emendas foram apresentadas ao texto pelos delegados do Sínodo, e uma equipe de redatores trabalhou para incorporá-las na versão final antes de ser entregue aos membros no sábado e votada mais tarde à noite. Cada parágrafo do relatório resumido final foi aceito pela assembleia com o mínimo de dois terços para aprovação. Elementos completamente ausentes do rascunho foram acrescentados. Um exemplo particularmente notável disto foi o acréscimo de uma proposta para colocar os homens que deixaram o sacerdócio num “serviço pastoral que melhore a sua formação e experiência”. A proposta prevê análise caso a caso. Também se acrescentou referências que sublinham a importância do ensino da Igreja. A palavra “magistério”, referindo-se ao ensinamento oficial da Igreja Católica, aparece 10 vezes na versão final, ao invés das quatro referências feitas no rascunho original. Para citar um exemplo, uma proposta de que um grupo de especialistas se envolvesse num “discernimento partilhado” foi ajustada para sublinhar que o discernimento deve ser conduzido “à luz da Palavra de Deus, do ensinamento da Igreja, das reflexões teológicas e valorizando a experiência sinodal”. O objetivo do grupo é discernir sobre “questões doutrinais, pastorais e éticas”, incluindo as relacionadas com o gênero, a sexualidade e o fim da vida. Rejeição da terminologia “LGBTQ+” O instrumentum laboris incluia frases como “católicos LGBTQ+” e “pessoas LGBTQ+”. Porém, o uso da expressão é contestado por muitos bispos e teólogos. O argumento é que ela enquadra de forma inútil as atrações sexuais e/ou sentido de gênero de um indivíduo como uma parte fundamental da sua identidade. Outros, no entanto, pressionaram para que os documentos da Igreja incluíssem a terminologia, popular no ocidente secular, mas com forte resistência em lugares como África e Europa Oriental. Após as discussões na assembleia, o rascunho inicial do relatório usava “pessoas que se identificam como LGBTQ+”, expressam considerada menos problemática, porque usa “LGBTQ+” como uma identificação subjetiva, não como um estado de ser. No entanto, quando o relatório resumido final foi divulgado, qualquer menção a “LGBTQ+” foi totalmente removida. No lugar, o documento falava de “pessoas que se sentem marginalizadas ou excluídas da Igreja devido à sua situação conjugal, identidade e sexualidade”. O relatório resumido, no entanto, utilizou os termos “orientação sexual” e “identidade de gênero” num determinado momento. A ausência da terminologia “LGBTQ” foi percebida como um grande golpe por alguns ativistas e figuras da mídia. O membro do Sínodo, padre jesuíta James Martin, um padre americano que usa regularmente o paradigma “LGBTQ+” em seu ativismo e ministério, expressou sua decepção. Um cenário semelhante ocorreu em 2018. Na ocasião, durante o Sínodo sobre os Jovens, o termo “LGBTQ” apareceu no instrumentum laboris, embora não tenha sido mencionado no relatório apresentado pelos jovens que participaram na reunião pré-sinodal. A inserção do termo foi saudada como um divisor de águas pela mídia e por ativistas, mas o documento final do Sínodo sobre os Jovens não incluiu nenhuma menção ao termo. O objetivo, de o termo “LGBTQ” aparecer no relatório final da assembleia sinodal, sinalizando que o uso do termo recebeu aprovação universal, consolidando-o mais firmemente no vocabulário da Igreja, foi frustrado mais uma vez. Não haverá ‘Super Sínodo’ O relatório resumido do Sínodo sobre a Sinodalidade sublinhou que os participantes experimentaram “alegria evangélica” ao participarem na assembleia – mas talvez não o suficiente para torná-la uma característica perpétua na Igreja. Assim, a proposta do rascunho “para estabelecer um sínodo permanente de Bispos eleitos pelas Conferências Episcopais para apoiar o ministério petrino” estava ausente do documento final. O Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa São Paulo VI em 1965, sendo um órgão permanente e canonicamente reconhecido da Igreja. Ele realiza assembleias ordinárias, normalmente a cada três anos, e a maioria dos membros que participam nessas assembleias são eleitos pela respectiva conferência episcopal. A proposta, então, seria provavelmente de algo ainda mais e regular, como um órgão sinodal que estivesse permanentemente “em sessão”. O relatório resumido apresentou esta dinâmica principalmente como positiva, lançando aparentemente as bases para que se tornasse uma característica regular do que tinha sido conhecido como o Sínodo dos Bispos no futuro. A proposta de estabelecer um Sínodo dos Bispos em sessão permanente para aconselhar o Papa foi feita no contexto das mudanças na composição do Sínodo na assembleia deste mês de outubro. A mais notavelmente foi a inclusão de eleitores não-bispos. Foi com esse contexto que a foi lida como uma porta de entrada para a criação de uma espécie de “Super Sínodo”: um corpo de bispos, padres, religiosos e leigos e mulheres que fornece consultas contínuas ao Papa. Não chegando à versão final, em seu lugar estava uma menção ausente da versão preliminar sobre fazer do Conselho dos Cardeais, um grupo de nove prelados seniores que aconselham o Papa Francisco, um “concílio sinodal”. A frase é ambígua, mas dada a associação entre sinodalidade e um maior envolvimento de não-bispos, ela pode apontar para a participação de não-cardeais no “gabinete do Papa” de alguma forma. A mesma seção do relatório resumido também

‘As ordens sagradas são reservadas aos homens’, Papa Francisco

Numa entrevista para um livro lançado terça-feira na Itália, o Papa Francisco reafirmou a impossibilidade de as mulheres se tornarem sacerdotes, ou mesmo diáconas da Igreja. A questão de saber se algumas mulheres na Igreja primitiva eram “diaconisas” ou outro tipo de colaboradoras dos bispos “não é irrelevante, porque as ordens sagradas são reservadas aos homens”, disse o papa. As respostas do papa às perguntas sobre o papel das mulheres na Igreja foram incluídas num livro publicado em junho em espanhol como “El Pastor: Desafíos, razones y reflexiones sobre su pontificado”. O dia 24 de outubro marcou o lançamento do livro em italiano. Sobre a possibilidade de mulheres diáconas, Francisco destacou que o diaconado “é o primeiro grau das ordens sagradas na Igreja Católica, seguido pelo sacerdócio e, finalmente, pelo episcopado”. O pontífice relatou que formou comissões em 2016 e 2020 para estudar mais a questão, depois de um estudo realizado na década de 1980 pela Comissão Teológica Internacional ter estabelecido que o papel das diaconisas na Igreja primitiva “era comparável às bênçãos das abadessas”. Em resposta a uma pergunta sobre por que ele é “contra o sacerdócio feminino”, o Papa Francisco afirmou ao jornalista argentino Sergio Rubin e à jornalista italiana Francesca Ambrogetti, autores do livro, que se trata de “um problema teológico”. “Acho que minaríamos a essência da Igreja se considerássemos apenas o ministério sacerdotal, ou seja, a via ministerial”, disse ele, salientando que as mulheres espelham a noiva de Jesus, a Igreja. “O facto da mulher não ter acesso à vida ministerial não é uma privação, porque o seu lugar é muito mais importante”, destacou o Pontífice. “Acho que erramos na nossa catequese ao explicar estas coisas e, em última análise, recorremos a um critério administrativo que não funciona a longo prazo”. Questionado sobre a ordenação de mulheres que aproxima “mais pessoas da Igreja” e sobre o celibato sacerdotal opcional que ajuda na escassez de padres, o Papa Francisco disse que não partilha destas opiniões. O Papa Francisco respondeu que “os luteranos ordenam mulheres, mas ainda poucas pessoas vão à igreja”. “Seus padres podem se casar, mas apesar disso não conseguem aumentar o número de ministros. O problema é cultural. Não devemos ser ingênuos e pensar que as mudanças programáticas nos trarão a solução.” “Meras reformas eclesiásticas não servem para resolver questões subjacentes. Em vez disso, são necessárias mudanças paradigmáticas”, acrescentou, apontando para a sua carta de 2019 aos católicos alemães para mais considerações sobre a questão. Informações com a CNA.