O estudo foi desenvolvido por Carole Bonnet e Anne Solaz e publicado pelo INED (Institut National D’Études Demographiques, França). Segundo os dados observados, cerca de 4% das crianças que vivem com ambos os pais caem na pobreza a cada ano. Porém, o número é cinco vezes maior (21,5%) se os pais se divorciam.
Pelo levantamento, as taxas de pobreza são muito mais altas para crianças cujos pais acabaram de se separar (29%) do que para crianças que vivem com ambos os pais (13%). Os índices permanecem maiores mesmo cinco anos após o divórcio (23%).
A taxa de pobreza varia de conforme a idade da criança no momento da separação parental. Quanto mais nova as crianças experimentam a separação dos pais, maior o risco de pobreza. Mais de 35% das crianças de dois anos cujos pais acabaram de se separar são pobres. Em comparação, 22% das crianças de 13 anos são pobres.
Os filhos cujos pais se separam experimentam uma queda substancial no seu padrão de vida, da ordem de 15% no ano da separação e 10% no ano seguinte, em relação ao ano anterior à separação. O estudo também admite que essa situação seria mais grave se comparado com o ganho nas famílias onde o divórcio não ocorreu.
Além das questões financeiras, há outros impactos. A proporção de crianças cujo agregado familiar tem condições financeiras para ir de férias fora de casa durante pelo menos uma semana por ano diminui 10% entre o ano da separação e o ano seguinte. Receber amigos em casa é mais raro nos quatro anos seguintes à separação. Também são menores as condições de a família enfrentar um gasto imprevisto, oferecer presentes, trocar móveis usados ou ter um carro.
O documento pode ser lido em inglês ou francês pelo link: https://www.ined.fr/en/publications/editions/population-and-societies/does-parental-separation-increase-the-risk-of-child-poverty