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Igrejas cristãs são incendiadas no Paquistão após acusações de profanação do Alcorão

Igreja destruída em Jaranwala | Créditos: ACI Mena

No leste do Paquistão, igrejas e casas de cristãos foram alvo de ataques em massa nesta quarta-feira, 16 de agosto, após acusações de profanação do Alcorão por um cristão.

As agências de segurança locais intervieram, em conjunto com outras autoridades, para controlar a situação. Salim Masih é o cristão acusado de supostamente profanar o Alcorão. Segundo a Comissão Internacional para a Liberdade Religiosa dos Estados Unidos (USCIRF), Masih já havia sido preso em 2019 por suposta blasfêmia, mas foi solto sob fiança. O caso foi analisado pelo Paquistão Christian Post.

As acusações de blasfêmia agravaram as tensões em todo o país, semeando medo na comunidade cristã. Muitos buscaram refúgio, temendo por sua segurança e de suas famílias. Líderes muçulmanos apareceram nas mídias sociais convocando seus apoiadores a protestar.

A intolerância religiosa disparou no Paquistão, onde cerca de 90% da população pratica o islamismo. Os cristãos, que representam apenas 1,27% da população (2,6 milhões de pessoas), enfrentam regularmente situações de perigo – como esses últimos ataques – por causa dessa realidade.

A Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos EUA identificou o Paquistão como um “país de particular preocupação”, enfatizando a necessidade de tomar medidas contra essas graves violações dos direitos humanos.

A estrita legislação de blasfêmia do Paquistão está sob revisão. No país, quem profanar ou insultar o Alcorão é punido com prisão perpétua. Aqueles que profanarem o nome de Muhammad ou qualquer outro profeta do Islã são punidos com a morte. Os profetas muçulmanos incluem Abraão, Moisés, Elias, Jesus e outras figuras bíblicas. Os relatórios indicam que essas leis foram instrumentalizadas para atingir os cristãos, resultando em inúmeras detenções e prisões.

De 1987 até o início de 2021, mais de 1.800 pessoas foram acusadas de blasfêmia. Em março deste ano, 40 pessoas cumpriam sentenças de prisão perpétua ou aguardavam execução por blasfêmia. Desde 1990, mais de 80 pessoas foram mortas por suposta blasfêmia.

Informações com a ACI Prensa.

Henrique Weizenmann

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