Uma equipe de pesquisadores está usando a IA para traduzir a Bíblia para idiomas extremamente raros. Ulf Hermjakob e Joel Mathew são pesquisadores do Instituto de Ciências da Informação da University of Southern California em Marina Del Rey, Califórnia. Eles lançaram recentemente o Greek Room, um aplicativo para computador projetado para agilizar o processo de tradução da Bíblia, fornecendo serviços de controle de qualidade necessários, como verificação ortográfica para rascunhos de tradução criados por humanos.
Hermjakob, um luterano ao longo da vida, disse que apesar de a Bíblia ser o livro mais traduzido do mundo, até agora ela foi traduzida para apenas cerca de 700 das 7.000 línguas do mundo, o que exclui muitas línguas que têm vários milhares de falantes. São idiomas raros, mas não tão pequenos quanto se possa pensar.
Mathew, um engenheiro que trabalha principalmente na área de processamento de linguagem natural, nasceu de pais cristãos na Índia e veio para a Califórnia para obter seu mestrado. Mathew se identifica como um cristão não denominacional e permanece ativo na comunidade de sua igreja. Ele disse à CNA que a importância de ter uma Bíblia para falantes de idiomas relativamente raros não pode ser exagerada, pois ele viu isso em primeira mão entre as comunidades cristãs na Índia.
Vale lembrar que, para os católicos, as traduções da Bíblia devem ser aprovadas pelo Vaticano ou pela conferência dos bispos apropriada antes de poderem ser publicadas.
Verificadores ortográficos para os principais idiomas, como o inglês, já existem há algum tempo. Para idiomas com milhares de falantes, softwares comerciais de verificação ortográfica simplesmente não existe.
O software do Greek Room pode escanear rascunhos da tradução e procurar inconsistências na ortografia, sinalizando-as para o usuário. Ele também pode escanear o texto e certificar-se de que o alinhamento das palavras parece estar correto e, novamente, sinalizar inconsistências para o tradutor. Para uma tradução longa e técnica como a Bíblia, essas ferramentas podem economizar muito tempo e esforço do tradutor. Nem tudo o que a IA sinaliza será um erro real, mas fornecerá uma lista útil de itens para os tradutores humanos examinarem e discutirem, observou Mathew.
O software também pode apresentar um “menu” de termos de outras traduções em um esforço para ajudar o tradutor a escolher uma palavra para termos difíceis. O exemplo que Hermjakob deu foi para o termo “aríete”, que não tem equivalente em alguns idiomas. Nesse caso, as sugestões do software podem ajudar o tradutor a escolher uma palavra em seu idioma que faça sentido.
Mathew e Hermjakob deixaram claro que seu programa não pretende ser uma solução completa para traduzir a Bíblia. O processo requer uma pequena equipe de falantes nativos da língua rara que também conheçam uma segunda língua mais comum, como inglês ou francês e saibam do conteúdo a ser traduzido. O programa é projetado para “aprender” com os falantes nativos do idioma raro e será capaz de aprender mais palavras e gramática do idioma quanto mais informações forem fornecidas.
Além de obter financiamento de sua universidade, o trabalho de Hermjakob e Mathew recebeu apoio de uma importante agência cristã de tradução da Bíblia. Seu objetivo é disponibilizar o software gratuitamente, de acordo com suas crenças cristãs sobre a importância de divulgar a palavra de Deus “a toda tribo e nação”.
Informações com a CNA.
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