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Santuário de Aparecida aguarda posicionamento da Igreja sobre mosaicos de padre Rupnik

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), está aguardando o posicionamento da Igreja sobre as denúncias de abusos contra o padre jesuíta Marko Ivan Rupnik, para tomar qualquer decisão em relação aos mosaicos que revestem a fachada do templo. Os mosaicos são obra do Centro de Arte Espiritual Aletti, escola dedicada à promoção da arte sacra, fundada pelo padre Rupnik, em Roma, Itália.

O padre Marko Rupnik é cofundador da Comunidade Loyola, na Eslovênia, que surgiu na década de 1980 e onde teria abusado de freiras adultas.

Em um comunicado de 2 de dezembro de 2022, os jesuítas disseram que, após uma investigação preliminar confiada à Companha de Jesus, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), da Santa Sé, “considerou que os fatos em questão prescreveram, por isso arquivou o processo no início de outubro” daquele ano.

Alguns dias depois, em 14 de dezembro, o superior-geral dos jesuítas, padre Arturo Sosa, confirmou que Rupnik havia sido excomungado em maio de 2020 por ter dado a absolvição, em confissão, a uma das freiras de que abusou. Ela confessou o pecado sexual de que ele era cúmplice, o que acarreta excomunhão.

Os jesuítas publicaram uma cronologia do caso Rupnik em 18 de dezembro, segundo a qual, em maio de 2020 a Congregação para a Doutrina da Fé havia, de fato, declarado a excomunhão de Rupnik, mas a sentença foi revogada no mesmo mês.

O padre Rupnik está proibido de atender confissões, exercer a direção espiritual e acompanhar exercícios espirituais. Também não pode fazer atividades públicas sem a autorização do seu superior.

Em 21 de fevereiro, os jesuítas anunciaram restrições “mais rígidas” contra o padre Rupnik, após novas acusações de abuso que teriam acontecido entre 1980 e 2018. Segundo a Associated Press (AP), os denunciantes seriam 14 mulheres e um homem e seriam “pessoas individuais” e outras “que fizeram parte do Centro Aletti”.

Os jesuítas informaram que, após ler o dossiê, o delegado da Delegação para as Casas e Obras Interprovinciais Romanas da Companhia de Jesus (DIR), que é a autoridade sobre o padre Rupnik, padre Johan Verschueren, decidiu “promover um procedimento interno na Companhia onde o próprio padre Rupnik possa dar sua própria versão dos fatos”.

Diante deste procedimento e de “forma cautelar”, o superior “reforçou as regras restritivas contra o padre Rupnik, proibindo-o, por obediência, de qualquer exercício artístico público, especialmente em estruturas religiosas”.

Em março do ano passado, o santuário de Aparecida inaugurou a primeira parte da obra de revestimento de suas quatro fachadas por mosaicos que representam cenas bíblicas. Segundo o próprio santuário, a “concepção artística” dessa obra “é do Centro de Arte Espiritual Aletti”, fundado por Rupnik.

A primeira fachada a ser revestida por mosaicos foi a norte, com cenas do livro do Êxodo. As obras começaram em 2019 e “contaram com o envolvimento direto de 177 profissionais. Entre eles, 27 mosaicistas de diversas nacionalidades, ligados ao Centro Aletti”, disse o santuário na época.

Além do santuário de Aparecida, as obras do padre Rupnik e do Centro Aletti estão presente em diversos outros templos no mundo todo, como na capela Redemptoris Mater do Palácio Apostólico, no Vaticano, nos santuários de São Pio de Pietrelcina, na Itália, de Fátima, em Portugal, e de Lourdes, na França.

Em 31 de março, o bispo de Lourdes, dom Jean-Marc Micas, disse por meio de um comunicado que os mosaicos do padre Rupnik poderão ser retirados do santuário de Lourdes por causa do sofrimento das vítimas que chegam ao templo em busca de consolação. Segundo ele, uma decisão sobre os mosaicos será tomada neste mês de abril.

A próxima fachada a ser inaugurada com mosaicos é a sul. Segundo a assessoria de imprensa do santuário, este mosaico já está aplicado na fachada sul desde outubro de 2022. Mas, a área encontra-se ainda isolada por conta de obras estruturais de reconstrução da colunata sul.

Fonte: ACI Digital.

Orbe Católico

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