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Organizadores do Sínodo dizem que o processo deve levar a maior controle local na Igreja Católica

Papa Francisco se reúne com membros da comissão preparatória para a assembléia geral do Sínodo dos Bispos. (Créditos: Vatican Media)

Organizadores de consulta contínua do Papa Francisco com os católicos de todo o mundo disseram haver um consenso crescente de que o Sínodo dos Bispos em andamento deverá resultar no Vaticano dando mais deferência às autoridades da Igreja local.

De 12 a 19 de abril, uma equipe de aproximadamente 20 bispos, padres, agentes pastorais e teólogos dos cinco continentes se reuniu em Roma para revisar os relatórios finais dos sete encontros continentais. Eles também começaram a redação do documento de trabalho do sínodo, que servirá de base para as discussões em Roma em outubro. O objetivo é publicar o documento até o final de maio, reunindo especialistas globais e desenvolvendo um documento não a partir das próprias ideias dos redatores, mas “com espírito de discernimento”.

Durante os meses de fevereiro e março aconteceram sete encontros continentais para refletir sobre os temas que surgiram durante a primeira fase do processo sinodal, que incluiu dezenas de milhares de sessões de escuta com católicos de todo o mundo. A terceira fase incluirá duas assembleias de um mês em Roma em outubro de 2023 e em outubro de 2024.

O arcebispo Timothy Costelloe, de Perth, Austrália, disse que “há, de fato, mais de uma maneira de ser a Igreja”. E destacou que uma característica significativa da sinodalidade é o entendimento de que a unidade não exige uniformidade na Igreja Católica. As observações foram feitas durante coletiva de imprensa no Vaticano no dia 20 de abril para marcar a conclusão da fase continental do processo sinodal de três anos.

Os resultados das sessões iniciais de escuta foram enumeradas em um documento de 45 páginas divulgado em outubro passado. Intitulado “Alarga o espaço da sua tenda” (Is 54:2), o documento aborda uma série de temas frequentemente considerados tabus na Igreja Católica, como relacionamentos LGBTQ, ordenação de mulheres, inculturação litúrgica e abuso sexual do clero.

Esse relatório formou a base das reuniões continentais que, segundo Costelloe, evidenciaram o entusiasmo generalizado por esta nova era de abertura e diálogo.

O secretário do Dicastério para as Comunicações do Vaticano, Mons. Lucio Ruiz, disse que um processo de “sínodo digital” online coletou 150.000 questionários de 115 países. Os principais participantes tinham idade entre 18 e 40 anos. Trinta por cento desses participantes eram descrentes.

Dominicano Pe. Hyacinthe Destivelle, funcionário do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos do Vaticano, destacou o elemento ecumênico do processo sinodal. Antes do início oficial do Sínodo dos Bispos em Roma em outubro, haverá uma vigília de oração ecumênica na Praça de São Pedro em 30 de setembro.

Com a conclusão da fase continental do sínodo, o processo agora avança para a reunião de outubro de 2023, que deve atrair mais de 300 líderes católicos e observadores ecumênicos a Roma para um mês de discussões.

Henrique Weizenmann

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